Paula Pimenta autografa história em quadrinhos no Recife

20140905174443947456iA partir dos 15 mil exemplares comercializados, uma obra literária já pode ser considerada best-seller, segundo a Câmara Brasileira do Livro. Essa marca é rapidamente alcançada por qualquer lançamento da escritora mineira Paula Pimenta, 39, cujas histórias infantojuvenis já venderam cerca de meio milhão de cópias. Não deve ser diferente com a série em quadrinhos Fazendo meu filme, uma espécie de spin-off da tetralogia homônima, protagonizada pelos adolescentes Fani e Léo.

Neste sábado, no Recife, ela lança Antes do filme começar (Nemo, 80 páginas, R$ 29,90), o primeiro volume de pelo menos uma dezena de HQs planejadas pela autora. Além dos gibis, estão nos planos de Paula Pimenta o terceiro livro da série Minha vida fora de série e a adaptação para o cinema de Fazendo meu filme, ainda em fase de roteirização.

SERVIÇO

Lançamento de Fazendo meu filme em quadrinhos: Antes do filme começar
Editora: Nemo
Páginas: 80
Preço: R$ 29,90
Quando: neste sábado, às 17h (400 senhas serão distribuídas a partir das 10h)
Onde: Livraria Cultura do Shopping Rio Mar – Avenida República do Líbano, 251, Pina

ENTREVISTA >>>> PAULA PIMENTA

Como tem sido a experiência de escrever roteiro de HQ?

Não é muito diferente dos livros. Antes de tudo, escrevo a história em forma de texto e só depois começa a tomar forma dos quadrinhos. A gente separa o que é diálogo, para colocar nos balões, e o que é descrição. Dá um pouco mais de trabalho.


Deu trabalho orientar os ilustradores para dar um rosto a cada personagem?

Não. Eu já imaginava como eram os personagens quando escrevia os livros, então mandei para eles a descrição de cada um. Para ajudar, anexei fotos de atores que achava parecidos com meus personagens. Sempre dizia: essa tem mais sardas, esse está muito magro, ia dando os toques até chegar à forma ideal.


Assim como os livros de Fazendo meu filme, a HQ é numerada, o que sugere uma continuação. Você pensa em transformar os quadrinhos em uma nova série?

A ideia é que saia uma HQ a cada semestre. Não há um número definido de volumes, mas acho que deve ser pelo menos uns dez. Enquanto eu tiver ideias, vamos fazer mais. As histórias vão explorar acontecimentos que ocorreram um pouco antes dos livros ou um pouco depois. Estou pegando momentos que são citados na série mas não foram desenvolvidos. Por exemplo, no livro, a Fani conta que a primeira vez que ela foi à casa do Léo foi quando ela organizou uma festa surpresa para ele. Aproveitei para desenvolver esse episódio nessa primeira HQ, mostrar como aconteceu. Muitas coisas pelas quais os personagens passaram foram apenas mencionadas, e agora vão ser aprofundadas.


Nos últimos anos, a literatura infanto-juvenil ganhou muita força, com uma aparente predominância de livros fantásticos, embora haja espaço para histórias mais realistas. Como você vê a convivência entre esses dois subgêneros?

Eu gosto de ler livros fantásticos, como Harry Potter, mas prefiro aqueles mais do cotidiano. Acho que uma coisa não exclui a outra. São dois segmentos que atraem leitores. Quando você quer sonhar, lê fantasia, quando quer algo mais pé no chão, lê um livro parecido com o dia a dia. Claro que há leitores que só gostam de determinado gênero, só lê histórias distópicas, fantásticas. No caso dos meus livros, as pessoas se identificam porque são situações que podem acontecer com qualquer um. Muitas meninas vêm até mim perguntar se a Fani realmente existe (risos). É como se a personagem fosse uma amiga.


É bastante recorrente nos seus livros as referências à cultura pop, algo parecido ao que fez Nick Hornby em Alta fidelidade. Qual o papel dessas menções a filmes, séries, músicas, livros? Você busca compartilhar dos mesmos gostos do leitor ou é uma maneira de compor os personagens, de expor suas preferências pessoais?

Antes de qualquer coisa, escrevo os livros para mim. Aquelas referências pop, as músicas, filmes e seriados são da minha preferência. Às vezes os leitores me falam que adoram os “filmes da Fani” e eu digo que todos são os meus preferidos. As músicas que o Léo grava em CD para a Fani são as mesmas que estão no meu ipod. Fora isso,  gosto de criar vínculo com a realidade, falar de bandas que realmente existem.


Como anda a adaptação de Fazendo meu filme para o cinema?

O roteiro ainda está sendo escrito. São duas roteiristas e eu dou um apoio como corroteirista. No ano que vem vai ser escolhido o elenco. Acho que o filme deve sair somente no final de 2016. É muita gente envolvida, um processo muito caro, que depende de patrocinadores e várias outras coisas.

Parece que o público adolescente não costuma aderir aos e-books. Você tem essa percepção de mercado? Imagina quais os motivos?

Acho que no Brasil o livro impresso ainda predomina. Existe um vínculo afetivo, isso de ter o livro na estante… Uma vez uma menina me disse que os livros viraram os “bichinhos”, que ela levava para todos os cantos. Adolescente tem essas coisas, de abraçar o livro, de tirar foto da estante. É uma paixão. E o e-book é muito frio. É só para ler e pronto. Quando você gosta de verdade, você quer colecionar.

Fonte:Diário de PE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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