Depois de 37 dias, os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste voltaram a registrar elevação no nível de água, aponta o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com informativo do órgão, as represas daquelas regiões tinham na terça-feira (4) armazenamento médio de 34,7%, 0,1 ponto percentual acima do verificado no dia anterior (34,6%).

Antes, a última alta havia acontecido em 26 de janeiro, quando o nível médio no Sudeste e Centro-Oeste chegou a 41,4%, 0,1 ponto acima do registrado no dia anterior.

O período de 37 dias sem elevação é o mais longo registrado em um início de ano pelo menos desde 1996, segundo dados do ONS. E ele ocorre justamente na época de chuva nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, quando se espera que esses lagos encham para garantir o fornecimento de energia aos brasileiros durante a época de seca.

Mesmo em 2001, ano em que o país foi submetido a racionamento, houve melhora no nível dos reservatórios nos primeiros meses do ano – ele foi de 28,52%, ao fim de dezembro de 2000, para 31,41% em 31 de janeiro de 2001, e chegou a 33,45% no final de fevereiro daquele ano.

No dia 1º de janeiro 2014, era de 43,3% o nível médio nas duas regiões, que para o ONS formam um único subsistema. De lá para cá, portanto, houve perda de 8,6 pontos por conta da falta de chuvas nos rios que abastecem essas represas.

Essa queda só não foi maior porque, nos últimos meses, o ONS vem autorizando a produção de uma quantidade maior de energia pelas termelétrica, usinas que funcionam por meio da queima de combustíveis como óleo, gás, carvão e biomassa. Ao acionar essas termelétricas, as hidrelétricas geram menos energia para atender à demanda do país e, com isso, poupa-se água dos reservatórios.

Risco de racionamento
Apesar da elevação de 0,1 ponto, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste continuam com o mais baixo nível de armazenamento desde 2001. A preocupação do governo com as hidrelétricas das duas regiões é maior porque elas respondem, juntas, por cerca de 70% da capacidade de geração elétrica do país.

Na semana passada, o ONS divulgou relatório em que prevê que as represas do SE e CO devem receber durante o mês de março mais água que nos dois meses anteriores, porém ainda em quantidades abaixo da média histórica. De acordo com o documento, deve chegar aos reservatórios, durante o mês de março, uma quantidade de água equivalente a 67% da média histórica.

Esse resultado, se confirmado, representa uma melhora em relação ao verificado nos meses de janeiro e fevereiro, em que a chamada afluência ficou, respectivamente, em 54% e 39% da média histórica naquelas regiões. O índice de fevereiro é o segundo pior para o mês em 84 anos. O de janeiro foi o terceiro pior em igual período.

Mesmo com a piora na situação dos reservatórios, o Ministério de Minas e Energia afirma que não há risco de faltar energia no país neste ano. A expectativa é que as chuvas se intensifiquem até o final de abril, quando termina o período úmido. Segundo o ONS, até lá os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste precisam atingir 43% de armazenamento para que o atendimento da demanda esteja garantido.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)