Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Três a cada 100 imóveis do Recife possuem focos do mosquito transmissor da dengue. Os dados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti são referentes aos dois primeiros meses do ano. E já eram suficientes para classificar a Capital em risco alto para a epidemia enfrentada atualmente. A situação é mais grave em sete bairros, em ponto distintos do município. O mais grave é o Jiquiá, Zona Oeste, da com índice de 8.1. Isso significa que a cada 100 residências, mais de oito estão infestadas (ver quadro). Nesta semana semana este panorama começou a ser revisado com a realização do novo levantamento na cidade. Enquanto isso, a doença só avança. No último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Recife o número de casos confirmados chega a 2.826, um aumento de mais de 1000% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as notificações somam 7.685. Quadro que levou a gestão a solicitar a ajuda do Exército no combate à doença.
Moradora do bairro do Jiquiá, a dona de casa Marines da Silva, 49, teve dengue três vezes desde o ano passado. “O esgoto passa em frente a minha casa, não temos saneamento básico aqui. Tenho medo que meus filhos também peguem dengue. Tentamos nos prevenir. Mas isso foge do nosso controle”, lamentou a moradora da Rua Altamir Leite de Melo.
No mesmo bairro, apenas algumas ruas após, mora a família de dona Zilda Figueiredo, 50 anos, atendente de telemarketing, que também sofre com a infestação do mosquito. “Todos aqui em casa já tiveram dengue. Mas a minha maio preocupação é com a saúde do meu marido”, conta. Hélio, seu esposo, teve uma trombose e está tomando uma medicação que afina o sangue, o que pode aumentar o risco à vida em caso de dengue hemorrágica, por exemplo. “Nós evitamos os focos da doença aqui em casa. Mas há alguns vizinhos que não colaboram. Eles têm a prática de encher a laje de água, para evitar rachaduras e reduzir o calor, o que acaba se transformando em criatório para o mosquito”, queixou-se Hélio Figueiredo.
Classificações
O coordenador do Centro de Vigilância Ambiental (CVA), Jurandir Almeida, explica que há quatro classificações para o levantamento de infestação da dengue. “O ideal é o índice 1, que demonstra uma situação de mosquitos sob controle. Entre 1 e 2,5 há risco médio de surto. Já o índice que fica entre 2,6 e 3,9 o risco é alto, como acontece no Recife. Acima de 4, o risco é muito alto. Situação em que estão sete bairros da cidade”, comentou.
Segundo ele, os focos de Aedes Aegpyti vinham caindo desde 2013. No entanto, na comparação do levantamento do final de 2014 com os primeiros dois meses deste ano a infestação teve alta de 2,4 para 2,8. A expectativa é de que agora, com o reforço da campanha de combate à dengue, o estudo em curso aponte queda. “O que orienta a gente é a infestação e o número de casos. O que está oscilando de forma assustadora é o número de casos”, comentou.
Combate
A agente de saúde Rute Dutra tem se surpreendido de forma positiva com a disposição da população nessa batalha contra a dengue, contudo a vigilância deve ser constante. Para ela engajamentos como o do aposentado Plácido Gomes, 64 anos, devem ser replicados. “Sempre tomei cuidados em casa. Fico atento a tudo e principalmente aos pneus que aguardo. Mesmo assim, peguei essa virose que dizem ser dengue. Deve ter alguém na vizinhança que precisa ficar mais alerta”, disse. Na casa de Cícero Costa, 41, a situação foi de atenção e dicas. Apesar do bom exemplo ao virar garrafas e tapar toneis com plástico, ele pecou no acúmulo de resíduos que acabam juntando água.
Saiba mais
Exército – Os 150 homens do Exército que vão auxiliar os agentes ambientais nas visitas domiciliares de combate ao mosquito começam a ser treinados para o trabalho amanhã, quinta e sexta. O serviço em campo inicia na próxima segunda-feira.
Visitas – Desde março, quando a prefeitura confirmou a epidemia, mais de 38 mil domicílios já foram vistoriados na tentativa de barrar a proliferação do mosquito. No trabalho de campo, os agentes que atualizam o levantamento vão em busca de possíveis criadouros, recolhem larvas e pupas (espécie de casulo que é abandonada pela larva na transformação para mosquito) e fazem o tratamento de reservatórios com larvicida.
Fonte: Folha-PE
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