Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Ainda é uma incógnita a maneira como a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pode afetar o mercado editorial. Na última quarta-feira, a liberdade de expressão prevaleceu e o STF decidiu remover quaisquer vetos a biografias não autorizadas. Furdunço deflagrado em 2007, quando o cantor Roberto Carlos assegurou judicialmente que uma biografia assinada por Paulo Cesar de Araújo fosse censurada, a polêmica teve um desfecho a favor dos escritores, que agora não precisarão mais da autorização dos biografados ou de seus herdeiros para publicar obras do gênero.
Nesse ínterim, diversas biografias não autorizadas foram vetadas e outras tantas foram rejeitadas por editoras, que optaram por se poupar de possíveis prejuízos e complicações judiciais. A lista inclui obras que abordam novos ângulos de personalidades como o cantor Geraldo Vandré e o político José Dirceu. Publicações como essas podem vir à luz em breve, de acordo com o jornalista Lira Neto, autor da biografia “Getúlio”. “Porém, não acredito em ‘enxurradas’ de novos títulos como consequência automática. Escrever uma biografia demanda tempo, investigação minuciosa, pesquisa austera”, ponderou o escritor, em um artigo publicado na Folha de S. Paulo.
Para o escritor cearense, radicado em Pernambuco, Sidney Rocha, mesmo com as mudanças recentes, as editoras não parecem estar muito dispostas a investir em obras do gênero por riscos diversos. “Já vimos aí quantas biografias estão no prelo das grandes editoras. A grande maioria inútil. Há muitos riscos ainda para o negócio das biografias não autorizadas. O assunto não se arquiva, há detalhes-tão-pequenos-de-nós-dois – autor e biografado – que vão render muitas canções e livros.
É cedo, portanto, para falar em grandes afetações no mercado editorial por conta disso”, sugeriu o autor. A editora recifense Cepe, vinculada ao Governo do Estado, indica que o interesse do mercado em relação a textos biográficos está em alta. Na próxima quinta, será lançado o projeto “Coleção Memória”, com um volume intitulado “Magdalena Arraes – A dama da História”, sobre a viúva do ex-governador Miguel Arraes. Ainda estão previstas edições sobre Pelópidas Silveira, Leda Alves, Tereza Costa Rêgo e Jomard Muniz de Britto. O superintendente de produção editorial da Cepe, Marco Polo, no entanto, ressaltou que esses livros não se tratam de biografias, mas sim de memórias – coletadas por pesquisadores – desses personagens vivos da história pernambucana. A editora ainda conta em seu repertório com biografias de Luiz Gonzaga e de José Mariano, abolicionista ofuscado por Joaquim Nabuco.
Expectativa – Pela editora Companhia das Letras, estão previstas biografias, para 2016 e 2017, de vários nomes ilustres: Silvio Santos, Roberto Civita, Roberto Marinho, Renato Russo e Carlos Drummond de Andrade. Na próxima semana, o grupo Record lança uma biografia sobre Brizola. A editora ainda vai tentar tocar com projetos antigos, como livros sobre Jânio Quadros e Wanderléa.
Fonte: Folha-PE
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