Da balada para o PS: medo da Aids faz pacientes lotarem hospital por remédio que bloqueia infecção

1Sábado, 21h29, o rapaz chega ainda ofegante ao plantão do pronto-socorro do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Há exatos 60 minutos, ele tinha participado de um evento em que se expôs ao HIV. Tecnicamente, o jovem fez direitinho a lição de casa: a indicação para o tratamento de profilaxia pós-exposição (PEP) do HIV é de fato mais eficiente quando ministrado até duas horas após o possível contato com o virus da Aids.

Mas o que era para ser um atendimento eventual, para contatos acidentais, está se transformando em rotina. Muita gente está indo direto da balada para o PS. O tal jovem, como muitos, se expõem intencionalmente contando com a medicação. A prática   tem gerado alguns transtornos em centros de referência médica.

No Hospital Emílio Ribas, há dias em que chegam mais de 30 pacientes nestas circunstâncias. E o pronto socorro, onde são atendidos pacientes gravemente enfermos, lota de atendimentos de PEP, entre uma parada cardiorrespiratória e uma convulsão subentrante.

Segundo Ralcyon Teixeira , supervisor do PS do Emílio Ribas, até maio, quando foram levantados os últimos dados, o pronto-socorro realizou 1.400 atendimentos do gênero. A solução imediata, segundo os profissionais de saúde, seria descentralizar efetivamente o atendimento dos pacientes de PEP.

— Essa é uma das nossas brigas. Um atendimento completo desse, leva, em média, umas 3 horas, entre colher o exame (o teste rápido de HIV), receber o resultado e medicar. E esse paciente é passado na frente dos outros, pois o protocolo indica como emergência.  A gente tenta cumprir a cartilha, mas a urgência, no caso, é bloquear a infecção. Isso poderia ser feito em outros pronto-atendimentos.

Essa foi a promessa do Ministério da Saúde ao reformular o protocolo para a profilaxia pós-exposição (PEP) do HIV unificada no Sistema Único de Saúde (SUS).  A ideia foi integrar os três tipos de PEP existentes: acidente ocupacional, violência sexual e relação sexual consentida. Além disso, o documento também propôs a redução do tempo de acompanhamento do tratamento de seis para três meses.

O protocolo recomenda ainda que os medicamentos utilizados para o tratamento sejam ministrados até 72 horas após a exposição ao vírus. O ideal é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após a exposição ao risco. Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir + lamivudina + atazanavir + ritonavir).

“A grande vantagem desse protocolo é a simplificação e unificação da PEP em um esquema único de medicamentos. Com isso, não será preciso um especialista em aids para dispensar a PEP. Isso não só irá ampliar o acesso à população de forma geral, mas também facilitar o procedimentos para os profissionais de saúde como um todo”, explicou o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.

O gargalo no Emílio Ribas

Na prática, no entanto, não é o que está acontecendo. A rede nacional de assistência conta atualmente com 517 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE) e 777 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM). A PEP sexual continua disponível apenas nos Serviços de Atenção Especializada em HIV/aids (SAE).

Em São Paulo, os CTAs só funcionam de segunda a sexta-feira, em horário comercial. No fim de semana, quando a demanda tem crescido exponencialmente, sobra tudo para o Emílio Ribas.  O infectologista Fábio Ribeiro, constata, a cada plantão, a mudança de comportamento de quem procura a PEP.

—  A gente tem visto que muitos pacientes estão fazendo o sexo desprotegido deliberadamente e depois vão tomar o remédio. Não é mais uma coisa fortuita. As pessoas estão conscientes do que estão fazendo.  Eu recomendo que usem camisinha, mas nós sabemos que esses pacientes não vão usar. Muitos são ‘reincidentes’. O melhor seria oferecer para eles a  PREP – profilaxia pré-exposição, que ainda não tem protocolo no Brasil.

Segundo o dr. Fábio, os usuários que querem transar sem camisinha seriam fortes candidatos a usar a PREP e assim tirá-los do pronto-socorro. Atualmente, o medicamento utilizado para a profilaxia pré-exposição tem o nome comercial de Truvada. Mas, como não há antivirais à venda no Brasil fora do sistema único de saúde, existe um mercado negro do medicamento, que chega a custar R$ 2.100, com comprimidos para um mês.

— Chegou a hora de o Ministério da Saúde assumir as suas responsabilidades e instituir a PrEP – Profilaxia Pré Exposição – para a qual o rapaz em questão é forte candidato e muitos que já estão fazendo por aí “no mercado negro”.

Pesquisa em andamento 

Segundo o Ministério da Saúde, há duas pesquisas em andamento, lideradas pela Fiocruz e pela Escola Paulista de Medicina, que estão testando a eficácia da PREP. E será a partir dos resultados desses estudos é que será definido se o serviço de saúde irá oferecer a Prep no Brasil.

Professor de Medicina da Universidade de São Paulo, o infectologista Esper Georges Kallás é o representante na USP da pesquisa do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). A droga combina a emtricitapina e tenofovir, cnhecida como GSK1265744, já mostrou resultados positivos em testes conduzidos para tratamento da Aids, e agora terá seu potencial testado como parte da estratégia de prevenção da infecção pelo HIV.

— Os 500 voluntários já foram selecionados e alguns já estão testando a droga há um ano. Os primeiros resultados foram apresentados no Congresso Mundial de Aids, realizado em Vancouver, em julho, e devemos ter uma posição final até dezembro. O que sabemos até agora é que a medicação está sendo muito bem tolerada. Estamos percebendo que os voluntários não tiveram infecção pelo HIV, mas o consolidado só será divulgado no fim do ano.

 Estudos como o de Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP) já demonstraram que é possível obter 100% de proteção contra a infecção ao longo do tempo, mas para tal é necessária a ingestão diária de um antirretroviral, para o resto da vida. Ou até essas pessoas resolverem retomar a prevenção com o uso de camisinha que ainda é a melhor forma de se evitar o contágio como vírus da aids e também de evitar outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis

Fonte: R7

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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