O Brasil é um dos poucos lugares do mundo onde carros pequenos de passeio não podem ter motores a diesel. Na Europa, Estados Unidos, Japão ou qualquer outro lugar do planeta o consumidor escolhe se quer possuir, por exemplo, um VW Golf a gasolina ou diesel. O mesmo acontece com veículos da Ford, Renault, Chevrolet, Peugeot, enfim, todos os grandes fabricantes têm modelos de luxo ou populares movidos com o combustível que aqui só é permitido para ônibus, caminhões e utilitários 4×4 (jipes, SUVs e picapes médias).

Mas esse cenário pode mudar.Está para ser votada no Senado a proposta 84/2015 do senador Benedito de Lira que suspende a proibição da comercialização de veículos movidos a diesel do tipo passeio.Se for aprovada pelo Governo Federal, os fabricantes poderão produzir e vender modelos no Brasil que já existem em outros mercados. Inclusive modelos bem conhecidos dos brasileiros como o Chevrolet Spin e o Fiat Strada que rodam aqui pertinho, na Argentina, com motores a diesel.Para Alexandre Costa, da Alpha Consultoria, a proibição hoje não faz o menor sentido. O consultor automotivo explica que a decisão foi tomada em plena crise do petróleo, na década de 70, quando o Brasil importava cerca de 80% do petróleo que consumia. Era preciso desestimular o consumo naquele período e por isso nasceu o pro-álcool, programa brasileiro que estimulou a produção do combustível vegetal.

Hoje, diz Alexandre Costa, permitir que carros de passeio utilizassem o diesel traria muitas vantagens. “O maior benefício seria a redução do consumo de combustível, da ordem de 30%, quando comparado a veículos a gasolina e mais de 40% quando comparado aos flex”. Isso seria bom para o consumidor, que passaria a contar com automóveis mais eficientes energeticamente, capaz de rodar em torno de 25 quilômetros com um litro no trânsito urbano.

E para quem pensa que o diesel é muito poluente é bom esquecer. Isso é coisa do passado. O consultor automotivo lembra que o diesel nacional melhorou muito nos últimos anos, tendo reduzido consideravelmente o percentual de enxofre. O resultado é que hoje um motor a diesel expele em torno de 40% menos poluição, principalmente monóxido de carbono e hidrocarbonetos, maiores vilões das emissões dos veículos de passeio. De acordo com ele, a população ganharia com um ar mais limpo, principalmente nas grande cidades.

Outro que defende a proposta de liberação do diesel é o presidente do Sindicombustíveis de Pernambuco, Alfredo Pinheiro Ramos. Na opinião dele, o que for bom para o consumidor deve ser liberado. A entidade representa 1.350 postos de combustíveis no Estado. Apesar de ser favorável à liberação do diesel em todo tipo de automóvel, Alfredo, no entanto, não acredita que a proposta deva passar pela Presidência da República. Há muitas questões envolvidas e uma grande mudança no comportamento. “O governo deve vetar com medo que o consumo aumente e o País tenha que aumentar as importações de petróleo”, acredita.

Fonte: JC

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)