Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
O Papa Francisco pediu para que os muçulmanos, ortodoxos e católicos da Bósnia coloquem para trás a “barbárie” da guerra e trabalhem juntos para um futuro de paz, durante uma visita de apenas um dia a Sarajevo, neste sábado, com a intenção de incentivar a reconciliação entre as religiões após a guerra devastadora da década de 1990.
Francisco foi recebido com alegria por milhares de bósnios que acompanharam sua rota pela capital do país, de maioria muçulmana. Outras 65 mil pessoas, a maioria delas, católicas, encheram o mesmo estádio onde João Paulo II liderou uma missa emocionante após a guerra, em 1997.
— Guerra nunca mais! — disse o Papa em sua homilia, condenando aqueles que incitam a guerra com o objetivo de vender armas ou para fomentar deliberadamente tensões entre povos de diferentes costumes.
Jorge Mario Bergoglio pediu que os bósnios construam a paz a cada dia — não apenas falem nela — através de “ações, atitudes e atos de bondade, de fraternidade, de diálogo e de misericórdia”.
Todos os passos do dia de Francisco foram projetados para mostrar a harmonia entre as religiões em uma cidade que já foi conhecida como a “Jerusalém da Europa”, pela coexistência pacífica de cristãos, muçulmanos e judeus na região. A cidade, porém, tornou-se sinônimo de inimizade religiosa entre 1992 e 1995, durante o conflito que deixou 100 mil mortos e desalojou metade da população.
Crianças vestidas em trajes folclóricos tradicionais — que representavam as três principais correntes religiosas da Bósnia — receberam Francisco no aeroporto. Carpinteiros muçulmanos fizeram o trono de madeira em que ele sentou-se durante a missa e um criador de pombos católico forneceu três pássaros brancos que os três presidentes bósnios e Francisco libertaram em um sinal de paz, no final de sua reunião.
— Todos nós precisamos de paz e para receber a mensagem do Papa — disse à AP Alma Mehmedic, um muçulmano de 55 anos que esperou por horas do lado de fora do palácio presidencial para ver Francisco. — Eu vim hoje para dar e receber amor.
Apesar da aparente harmonia, feridas ainda estão abertas, mesmo 20 anos após os acordos de paz mediados pelos Estados Unidos que puseram fim à guerra. Os cristãos ortodoxos sérvios querem um estado separatista; bósnios muçulmanos querem um país unificado; e croatas católicos querem sua própria região autônoma.
Em um discurso para os três membros da Presidência da Bósnia, Francisco pediu que os bósnios se oponham à “barbárie” daqueles que querem continuar semeando a discórdia “como um pretexto para mais violência indizível”. Ele pediu para que os bósnios continuem a trabalhar por uma convivência respeitosa através de um diálogo paciente.
Fonte: O Globo
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