O Brasil é o único país do mundo que não está em fase de erradicação da hanseníase, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da situação preocupante, o estado de Pernambuco é considerado como referência no tratamento e diagnóstico da doença, também segundo dados da OMS. Foi para conhecer as medidas desenvolvidas no estado que o embaixador da OMS para eliminação da hanseníase, o japonês Yohei Sasakawa, veio ao Recife, nesta quinta-feira (13).

A eliminação da doença até 2015 é uma meta da Organização das Nações Unidas (ONU), mas, apenas em Pernambuco, 2.583 foram identificados em 2014, segundo o Ministério da Saúde — 261 deles foram em pessoas com menos de 15 anos. A incidência é o equivalente a 27,84 novos casos por cada 100 mil habitantes. No entanto, para estar em estágio de eliminação de acordo com a OMS, o coeficiente de incidência não pode passar de 10 casos registrados por cada 100 mil habitantes.

A hanseníase atinge o sistema nervoso, provoca manchas na pele e perda da sensibilidade nesses locais. Por muito tempo, a doença — que tem cura — foi chamada de lepra e as pessoas que recebiam o diagnóstico eram isoladas em colônias. Uma delas, a colônia de Mirueira, no Grande Recife, vai receber a visita de Sasakawa.

Referência
O Ministério da Saúde indicou Pernambuco como estado referência no combate à doença, em 2011. O embaixador Sasakawa visitou, na quarta (12), a Secretaria Estadual de Saúde, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, e conheceu o método de controle da hanseníase e o programa de enfrentamento às doenças negligenciadas. Os pacientes são identificados nos postos de saúde da família e são acompanhados até o fim do tratamento.

Com a ajuda de um tradutor, Yohei Sasakawa disse que o trabalho que tem sido feito no estado deve ser copiado por outros estados e até mesmo por outros países. Para ele, essa seria a solução para diminuir os casos da hanseníase.

Campanha
Desde a segunda-feira (10), uma campanha do Ministério da Saúde busca casos de hanseníase em 642 mil crianças e adolescentes, em Pernambuco. A ação acontece em mais de 3 mil escolas, em 167 municípios do estado, e segue durante toda a semana. Os agentes comunitários e equipes do Programa Saúde da Família vão percorrer as escolas para diagnosticar e tratar a doença.

A campanha, que é nacional e atinge mais de 2.300 cidades em todo o país, deve avaliar ao todo cerca de oito milhões de crianças entre 5 e 14 anos. A expectativa do Ministério da Saúde é de que a partir de um diagnóstico positivo — não apenas da hanseníase, mas também de tracoma e verminose — seja identificado também se há outros casos na família ou comunidade da criança, evitando a transmissão da doença.

Ainda neste semestre, o Ministério da Saúde também vai adotar a terapia preventiva da hanseníase para as pessoas que têm contato com pacientes diagnosticados com a doença. A terapia vai ser aplicada inicialmente em três estados com alta incidência da doença: Pernambuco, Mato Grosso e Tocantins. De acordo com estudos, a profilaxia pode reduzir em 60% a incidência da doença e em 57% o risco de hanseníase em contatos de pacientes diagnosticados.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)