Vivemos numa sociedade que estimula o consumo e a satisfação de prazer proporcionado pela aquisição de produtos e serviços. Diante dessa situação, nem todo mundo consegue gerir bem o dinheiro. Estima-se que cerca de 5% da população mundial não conseguem segurar a carteira e perdem o controle sobre as despesas. Na psiquiatria, essa condição é chamada de compra compulsiva (ou oneomania), classificado como transtorno do controle do impulso, cuja característica é a falha em resistir a impulsos, instintos ou desejo de realizar um ato que é prejudicial.

Para dar apoio aos pernambucanos que se enquadram nessa situação, o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) oferecerá terapia cognitivo-comportamental de grupo através da Unidade de Pesquisa Clínica (Unipeclin) do hospital. “Vamos oferecer um suporte completo a quem não consegue controlar a compra compulsiva”, diz a psicóloga Ilduara Valéria Ferraz, mestre em neuropsiquiatria e ciências do comportamento.

Para oferecer atendimento na Unipeclin/Huoc, com base em programas clínicos a partir de evidências, Ilduara e outros profissionais participam de workshop sobre compra compulsiva, nos dias 21 e 22, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UPE). O curso, ministrado por profissionais do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Pro-Amiti) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, é aberto a qualquer profissional de saúde e de outras áreas interessado em comportamento do consumidor.

“Vamos orientar os participantes do curso a conduzir de forma adequada o tratamento de quem compra compulsivamente. É um transtorno que pode ser revertido. Ou seja, a pessoa tem chances de voltar a ter uma relação normal e saudável com o dinheiro”, explica o psiquiatra Hermano Tavares, que apresentará a experiência do Pro-Amiti no workshop e compartilhará experiências terapêuticas. “A partir desse curso, será criado um protocolo de atendimento de terapia cognitivo-comportamental direcionado a compra compulsiva”, diz a psiquiatra pernambucana Kátia Petribú, que integra o Consórcio Nacional para Estudo de Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (C-TOC).

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Em abril, esse acompanhamento será iniciado. Os pacientes que desejarem suporte já podem entrar em contato com o Unipeclin/Huoc. “O objetivo da terapia cognitivo-comportamental é trabalhar a forma de pensar em relação ao comprar. Ajudamos as pessoas a organizar a vida para que não fiquem vulneráveis ao consumo exacerbado”, explica Ilduara.

O atendimento será feito em parceria com o Núcleo de Proendividados do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). “O projeto para implementação do convênio está sendo formatado. Muitas das pessoas na condição de endividamento que nos procuram precisam de suporte terapêutico. Vamos encaminhá-las para o serviço do hospital”, observa a juíza Nalva Campello, coordenadora do Proendividados.

Fonte: JC

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)