
“Aqui tem este pantim. Quem um tipo de música, não pode fazer outro, Eu sou pernambucano, cresci ounvindo frevo, ouvindo Claudionor , mesmo não sendo do litoral, o frevo está em mim, e sabia que poderia fazer”. Maciel Melo parte para o ataque, mal começa a falar sobre seu novo disco, Perfume de carnaval (independente), que terá um audição quarta-feira, às 19h, na Passa disco (Na Estrada do Encanamento). O primeiro disco de Maciel inteiramente dedicado ao frevo, é dedicado a, e inspirado em Carlos Fernando (1938/2013), compositor e produtor caruaruense, idealizador do projeto Asas da América. Na era da Rozenblit intérpretes e compositores não se limitavam a compartimentos estanques, incursionavam pelos mais diversos ritmos. Cantava-se frevos no Carnaval, repertório junino junina no São João, e a chamada música de meio de ano entre uma e outra festa. Um bom exemplo, é Luiz Bandeira (1923/1998)Carlos Fernando costumava sugerir que Maciel melo se insurgisse contra as divisórias erigidas na música de Pernambuco.
Boêmios, os dois não poucas vezes viram o dia amanhecer no Empório Sertanejo, na Rua da Hora, no Espinheiro: “Numa destas madrugadas começamos a fazer uma música juntos. Cheguei lá com a melodia e cometei com ele sobre alguns temas. Carlos disse que iria fazer uam letra sobre a Revolulão Francesa, e que depois eu entrava com meus calangos e caprinos. Dizia que ue precisava sair do sertão e ser mais universal”, conta Maciel Melo, que acalentou o desejo de frevos durante muito tempo. Ainda sob a emoção a morte de Carlos Fernando, ele compos Perfume de Carnaval (“O siro saiu da lata/chamou o maracatu/Carlos Fernando partiu/nas asas da liberdade/a América azul/ficou sem compasso/sem o seu palhaço/o pierrot le fou”).
Nada de Capiba, nem Nelson Ferreira, muito Menos Sebastião Lopes, ou Getúlio Cavalcanti, Maciel Melo queria um frevo à Carlos Fernandes: “Tenho uma caixa com todos os discos do Asas da América, escutei todos, não me interesse em ouvir outros autores, só ele”, conta Maciel, que até então tinha feito apenas dois frevos, mas meio na brincadeira. Um foi com Bione do jornal Papa-Figo. e outra é frevo misturado com marchinha junina, estão em Retinas, um disco de 1997”. Ele se apressa em esclarecer que não foi uma coisa deliberadamente “Asas da América“, e dá como exemplo, da ausência de pretensão, Davanira, faixa que abre o disco: “Quando cheguei em casa no dia do Galo da Madrugada, o pessoal saiu. Eu fiquei só, tomando uma, quando dei uma olhada no Facebook vi que alguém postou um antigo comercial que fez sucesso, o de Davanira. Por coincidencia, Ananias Junior, que toca guitarra na minha banda, chegou com uma música pronto, um frevo. A letra saiu logo, de uma vez. Fiz depois uns retoques paa encaixar a letra na música”.
Gravado no Vanutti estúdios, entre abril julho do ano passado, Maciel Melo conta que a música mais demorada foi a de Quatro dias de amor, parceria com Geraldo Azevedo, quem primeiro lhe mandou uma melodia para este projeto: “Geraldo é muito cuidadoso com o que ele faz. As vezes me ligava uma da manhã para dizer que nao gostou de uma determinada palava da letra. Eu pedia que ele mesmo ajeitasse. Daí, meia hora depois, ele ligava de novo, outra palavra não estava agradando. O que ele me mandou na verdade foi um frevo de rua”. O maestro Spok, por sua vez, só entregou melodia para que ele colocasse letra, quando o disco já estava quase fechado. Perfume de Carnaval é o disco de Maciel com mais parcerias. Das onze faixas, apenas duas são apenas dele (letra e música). Além das parcerias, o álbum tem um frevo de Rogério Rangel (Além a quarta-feira) e do maestro Chiquito (O sabiá).
Ananias Junior, que está para Maciel Melo assim como Paulo Rafael para Alceu Valença, entrou como parceiro em três frevos, mas na gravação tocaram os músicos que sabiam ler partituras: “O gênero exige isto, da minha banda ficaram os metais, e contratei os melhores que podia encontrar. Spok fez todos os sax, e não me cobrou um centavos. Senti que as pessoas estavam acreditando no projeto. O proprio Duda, que costuma trazer os arranjos e depois vai embora. Permanecia no estúdio. Os arranjos ficaram com ele, Spok e Chiquito, um maestro da Paraíba, muito. Fiz o disco com dinheiro do meu bolso. Gastei tudo, quase aliso”, revela Maciel Melo, que dispendeu boa parte do orçamento com a confeção dos discos.
Foram dez mil cópias, apenas dois mil para vendas em lojas, em CDs de capas duplas. O restante será distribuído gratuitamente:
“Contratei um pessoal para distribuir nos bares, talvez distribua na praia. Sei que é dificil o radio toca música nova de Carnaval, é sempre aqueles discos antigos da Rozenblit, o Carnaval está em cima e não se conhece uma música nova. Então minha ideia é colocar o disco nas lojas, na rua, e vê se acontece, E nem penso num coisa a curto prazo. Espero que vá pegando aos poucos e continue tocando sempre”, diz Maciel Melo reiterando que não existe nenhuma pretensão dele em virar compositor de frevo: “A minha ideia era fazer uam reverência a Carlos Fernando e e outros autores de frevo. Depois tem a coisa pessoal. Sou pernambucano, e posso cantar qualquer ritmo da minha erra. Não estou colocando o disco como um produto, é uma questão pessoal minha: queria um disco de frevo
Fonte: JC Online
Blog do Deputado Federal Gonzaga Patriota (PSB/PE)
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