Verba para a revitalização do São Francisco é insuficiente e só parte dela foi liberada
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A revolta do bispo de Barra, frei dom Luiz Cappio, com a falta de recuperação do Rio São Francisco antes da obras de transposição se apoia em um quadro sombrio. Não apenas a revitalização deixou de ser implantada nas cabeceiras, que concentram 70% da água da bacia, em terras mineiras, como o Velho Chico hoje morre de sede em locais antes inimagináveis. A seca que sobe o curso se alastrou pelas maiores represas da bacia – Três Marias e Sobradinho (BA) –, prejudicando a pesca, a piscicultura e quebrando as safras. O assoreamento soterrou tantos trechos do leito que há pontos em que não se atravessa mais de barco. Entre as represas de Paulo Afonso (BA) e Xingó (AL), os baixos níveis de água associados à poluição e à manobras nas hidrelétricas propiciaram o aparecimento de uma mancha de algas tóxicas com 28 quilômetros de extensão e sete metros de profundidade, que deixou sem abastecimento as torneiras de oito municípios do sertão alagoano.
A promessa de despoluição e revitalização feita pelo governo federal reservou R$ 2,3 bilhões para ações de reflorestamento, tratamento de esgoto e contenção de processos erosivos. O montante corresponde a pouco menos de 28% dos R$ 8 bilhões necessários, segundo cálculos de integrantes das câmaras consultivas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). O sucesso dessa ação poderia ter amenizado os efeitos da seca dos últimos três anos ao longo da bacia. Porém, desde 2008, apenas 1,7 bilhão foi investido em intervenções de recuperação ambiental pelo Ministério da Integração, segundo informações da própria pasta. O valor médio é de R$ 243 milhões por ano, considerado irrisório por ambientalistas, especialistas em hidráulica, biólogos e membros do CBHSF.
Para Marcus Vinícius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão, de revitalização do Rio das Velhas, um dos principais afluentes do Rio São Francisco, a prioridade claramente foi dada à transposição. “Os gastos com revitalização do São Francisco foram praticamente inexistentes”, afirma. O ambientalista destaca ainda que os recursos, além de insuficientes, vêm sendo mal empregados. “A maioria dessas ações são obras puramente sanitárias, que não respeitam critérios como os pontos mais críticos da bacia, mas sim questões políticas, como quais são os aliados políticos mais interessantes para se direcionarem os recursos.”
Fonte: DP
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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