Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
O ano era 1996 e o local, o estádio da Universidade de Sanford, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos. Na tarde de uma quarta-feira, Brasil e Nigéria disputavam uma das semifinais do futebol nos Jogos Olímpicos de Atlanta. A seleção brasileira, com jovens nomes que mais tarde se tornariam campeões mundiais em 2002, era o favorito.
O time de Ronaldo, Roberto Carlos e Rivaldo fazia uma partida segura. O resultado de 3 a 1 no primeiro tempo era mantido com certa tranquilidade no segundo. A disputa pelo ouro parecia mais próxima. Até que, de repente, tudo começou a ruir.
“Tivemos o 3 a 1 na Nigéria; poderíamos ter feito cinco, seis gols. Não fizemos e, no segundo tempo, eles vieram para o tudo ou nada, conseguiram o empate”, lembra Zé Elias, meio-campo titular da seleção naquele jogo. “Perdemos uma grande oportunidade de matar o jogo no primeiro tempo”, completou.
Depois do empate, aos 44 minutos do segundo tempo, veio a prorrogação. À época, existia a regra do gol de ouro – um gol na prorrogação desempatava e encerrava a partida. Foi o que aconteceu, logo aos três minutos do tempo extra, com um gol do nigeriano Kanu.
“O time [estava] jogando muito bem para fazer 4 a 1 e, em cerca de 20 minutos, a Nigéria fez três gols e mudou totalmente a partida. Ali foi um acidente que aconteceu e ficou muito marcado. Estávamos muito confiantes da conquista e em poucos momentos a gente perdeu a medalha [de ouro]”, conta o atacante Sávio, também presente naquela semifinal.
Em 1996, a medalha de ouro escapou pelos dedos, como já havia ocorrido nos jogos de 1976, 1984 e 1988. Outras oportunidades – também perdidas – viriam no jogos de 2000, 2008 e 2012.
Para o jornalista esportivo Sergio Du Bocage, o resultado dos jogos de Atlanta mostra falta de planejamento. Segundo ele, não há investimento suficiente na formação de um time olímpico. “A CBF [Confederação Brasileira de Futebol] não dá a devida atenção e, na hora da decisão, essa diferença pesa.”
De acordo com Bocage, que é apresentador do programa Mundo da Bola, da TV Brasil, e tem 34 anos de cobertura de futebol, essa falta de planejamento transparece ainda na escolha do treinador. “A CBF cometeu um erro ao usar o mesmo treinador da seleção principal também na seleção olímpica, sem dar uma atenção maior a esse time pré-olímpico durante os jogos.”
A estratégia, inclusive, deve ser utilizada novamente em 2016. Para Bocage, o técnico da seleção principal não terá tempo de conhecer o time que treinará em agosto, no Rio de Janeiro. A seleção fez dois amistosos em março, os últimos antes da convocação. Na derrota diante da Nigéria e a vitória em cima da África do Sul tiveram o técnico interino Rogério Micali na beirada do campo.
Fonte: Agência Brasil
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