Depois de uma peregrinação pela Câmara dos Deputados e Senado, o sentimento entre os governadores foi de que o impeachment da presidente Dilma é uma questão irreversível. Eles estiveram ontem, em Brasília, para mais uma rodada de debates sobre a renegociação da dívida dos estados com a União. A ida ao Congresso Nacional, onde fervem as articulações em torno do impedimento da petista, teve o objetivo de conseguir apoio dos parlamentares ao projeto de lei que trata do alongamento da dívida dos estados.
O governador Paulo Câmara (PSB), que até então evitava falar mais claramente do impeachment, desta vez foi mais incisivo. Na avaliação dele, os fatos contra a presidente são “muito graves” e, se comprovados, tornam “muito difícil” a continuidade dela no governo.
Câmara disse, ainda, que o PSB deverá sair unido “nesse processo em favor do Brasil”, lembrando que, em dezembro, criticou a forma como o atual processo de impeachment de Dilma foi aberto. Segundo ele, na época, a medida mostrou “claramente um processo onde a chantagem foi colocada como primeira questão, independentemente da análise dos fatos”, frisou, referindo-se as manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para usar o impeachment em retaliação ao Palácio do Planalto. “ Hoje tem muito mais fatos. Não se trata só de pedaladas e sim de outros episódios que precisam ser responsabilizados”, ponderou o socialista.
Ontem pela manhã, os gestores participaram da terceira reunião do Fórum Permanente dos Governadores. O encontro era para aprofundar a análise do projeto de alongamento da dívida, mas a conversa acabou não evoluindo porque o governo federal adiou o envio da proposta ao Congresso. Eles então decidiram procurar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), para pedir apoio e celeridade na votação.
No caso de Pernambuco, de acordo com Paulo Câmara, a renegociação trata de duas dívidas: uma negociação realizada em 1997 e outra de empréstimos obtidos por meio do BNDES e organismos internacionais, como Banco Mundial (Bird) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Estamos discutindo essa dívida de 1997, em torno de R$ 3 bilhões, e que vai trazer um alívio em nossos caixas de R$ 140 milhões/ano”, comentou.
Fonte: DP
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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