O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que uma lancha avaliada em R$ 5 milhões seja do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Policiais federais e o Ministério Público continuam investigando os bens de Cabral e dos outros investigados na operação Calicute, presos no dia 17 deste mês por suspeita de receber propina para fechar contratos públicos.

Segundo a investigação, a lancha ficava na casa de praia da mulher do ex-governador, mas está no nome de outro preso na operação. O Ministério Público suspeita que Sérgio Cabral também tenha comprado um helicóptero em nome de laranjas, mas ele nega. Em depoimento no dia da sua prisão, o ex-governador negou que seja dono da lancha ou do helicóptero.

A embarcação batizada de “Manhatan Rio” está no nome da empresa “MPG Participação”, de Paulo Fernandes Magalhães Pinto, assessor de Cabral. O condomínio informou ao MPF que a lancha é usualmente utilizada por Sérgio Cabral.

Apesar das informações obtidas, algumas diligências ainda estão sendo feitas para comprovar efetivamente quem é o dono da lancha.

“Dentro da investigação, já foram identificadas algumas situações que podem identificar lavagem de dinheiro. Essa verificou que havia um uso por parte dele e familiares e o desafio da investigação é identificar quem é o efetivo dono dessa embarcação”, afirmou o delegado da PF Tacio Muzi.

Tia de mulher de Cabral demitida
Uma tia de Adriana Ancelmo foi demitida na sexta-feira (25) do Tribunal de Contas do Estado. Fanny Maia era auxiliar de secretaria e ganhava mais de R$ 10 mil por mês desde outubro de 2015. Ela foi flagrada em telefonemas gravados com autorização da justiça comentando o uso de um helicóptero pela família do ex-governador.

As interceptações mostram Fanny comemorando não ter o nome citado pelos investigadores:

Fanny: Eu tive uma sorte, né? Adilson tá aqui me falando. Saiu o nome da Eleusa, da Andrea, na lista do helicóptero, dos passageiros. O meu não saiu (risada).

Ricardo Maya: Que bom.

Fanny: Que bom. Eu era a que mais andava. A Andrea nunca andava, era uma vez ou outra.

Ricardo Maya: É, como a gente andava sempre, o nosso nome não aparecia. Quando a gente chegava lá, eles já sabiam quem a gente era. Não era avisado. A gente era como se fosse da família.

Busca em joalherias
Policiais federais e investigadores estiveram na sexta-feira (25) à joalheria Antônio Bernardo, no Shopping Leblon, com intuito de buscar documentos e notas fiscais. Eles acreditam que parte da propina paga a Sérgio Cabral e seus assessores possa ter sido usada para comprar centenas de joias e objetos de luxo.

Durante a Operação Calicute, mais de 300 joias foram apreendidas. Foram brincos, anéis, pulseiras e relógios de marca. Quadros e obras de artes também foram recolhidos pela força-tarefa, incluindo um retrato do ex-governador e da ex-primeira dama pintados pelo pintor Romero Britto.

“O indício que está se tentando coletar provas qual que é a verdadeira situação do barco com toda imparcialidade, quem é o seu real proprietário que é o que tá formalmente ou uma terceira pessoa e na hipótese dessa lancha não ser propriamente da empresa, com qual recursos que essa embarcação foi adquirido e da onde veio o dinheiro”, afirmou o delegado Muzi.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)