Número de mulheres provedoras da família aumenta, diz IBGE

00Unhas cor de lama, pés inchados e horas a fio de trabalho para garantir o sustento da família. Essa é a rotina de Íris Correia da Silva, 40 anos, nos últimos dois anos. Depois que o marido, Edvaldo Nascimento, perdeu o emprego de ajudante de pedreiro, coube a ela se moldar à realidade.

Por dia, são mais de 15 horas pescando marisco na beira do rio Capibaribe e, por mês, apenas R$ 500 pingam em sua conta para inteirar os pagamentos. “Se eu disser que é fácil, estarei mentindo. Falta muita coisa, e o dinheiro só dá para o básico: arroz, feijão e carne”, lamenta. De coadjuvante a protagonista, Íris sabe bem o peso que é assumir as responsabilidades da casa e do quanto, atualmente, essa referência tem roubado a sua dignidade.

Íris virou estatística. Entre 2005 e 2015, de acordo com Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), observa-se um aumento da proporção de mulheres como pessoa de referência da família, saindo de 30,6% para 40,5%. Ou seja, viraram provedoras, apesar de, em outras pesquisas, elas continuarem ganhando menos que os homens. Nos arranjos formados por casal com filhos, essa proporção passou de 6,8% para 22,5% e, nos arranjos de casal sem filhos, passou de 8,4% para 22%.

Antes, segundo o levantamento, o núcleo familiar mais comum era formado por casal com filhos, mas tem-se notado queda de participação, que passou de 50,1% a 42,3% do total dos arranjos, no mesmo período.

Já o arranjo casal sem filho aumentou de 15,2% para 20%, e o arranjo formado por mulheres sem cônjuge com filhos passou de 18,2% para 16,3%. “São 12 milhões de desempregados, dizem os números. No entanto, a mulher, mesmo desempregada, não deixa de trabalhar. Ela tem uma capacidade muito grande de empreender na dificuldade, e isso vai de serviços de diaristas à comercialização de produtos de beleza”, avalia o analista financeiro e professor da Faculdade dos Guararapes, Roberto Tavares.

O IBGE considera como pessoa de referência quem é responsável pela unidade domiciliar (ou pela família) ou assim considerada pelos outros membros. Conforme o estudo, as mudanças nos arranjos familiares foram influenciadas pela queda da fecundidade, o aumento da escolaridade e da inserção das mulheres no mercado de trabalho.

Elas ganham menos e trabalham mais

Embora permaneça em queda de mo­­­do geral, a diferença salarial entre homens e mulheres que ocupam cargos de chefia aumentou no país nos últimos anos. De acordo com dados do IBGE, além de ganhar menos, as mulheres no Brasil dedicam duas vezes mais tempo do que os homens com afazeres domésticos.

Em 2015, o rendimento das mulheres equivalia a 76% do dos homens, cinco pontos percentuais a mais do que em 2005. A diferença de salários é ainda maior em cargos de gerência ou direção, segundo os dados do IBGE. Neste caso, o salário médio das mulheres equivale a 68% do valor pago aos homens. Em 2005, equivalia a 71%.

“Com a crise, houve maior corte em chefias que geralmente são mais ocupadas por mulheres, como recursos humanos e comunicação”, analisa Carmem Migueles, professora de cultura organizacional da FGV. “Além disso, ainda é forte o estereótipo de que o homem tem um perfil mais agressivo, que tem maior demanda em tempos de crise”, completa.

No ano passado, o rendimento médio real do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.012. Já a trabalhadora recebeu, em média, R$ 1.522.

Apesar da alta de 38,2% no rendimento das mulheres em dez anos, o valor observado em 2015 ainda é menor do que os R$ 1.552 que os homens ganhavam em 2005. Os dados do IBGE indicam ainda que há maior informalidade entre as trabalhadoras, já que a jornada média de trabalho é menor do que 40 horas semanais.

A jornada média das mulheres foi de 34,9 horas por semana em 2015, enquanto a dos homens foi de 40,08 horas. Ainda assim, as mulheres têm uma jornada total maior, de 55,1 horas por semana, considerando os afazeres domésticos. Para os homens, a jornada média total é de 50,5 horas semanais.

Após 4 anos, miséria volta a crescer

O número de famílias com rendimento per capita inferior a 1/4 do salário mínimo voltou a crescer em 2015 após quatro anos de queda, saltando de 8% para 9,2%. É o que diz a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo IBGE. De acordo com a classificação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), famílias com renda de até 1/4 do salário mínimo per capita vivem na chamada “pobreza extrema”.

Esses dados do IBGE parecem distantes do dia a dia. No entanto, Bárbara Melo, de 41 anos, os conhece bem. Mãe de três filhos, ela está impossibilitada de trabalhar fora de casa por ter um filho com deficiência. Para complementar a renda, que é destinada totalmente às necessidades do menino, ela vende água mineral para a vizinhança. No fim do mês, o apurado é de R$ 200. “Dou conta da alimentação e da conta de luz”, afirma. O que Bárbara faz é uma verdadeira mágica. “O que víamos, nos governos passados, eram verdadeiras maquiagens, garantidas por meio de benefícios como o Bolsa Família. Quando a crise chegou, os pobres foram os primeiros a sentir”, diz o economista Gustavo Leandro.

O levantamento aponta ainda desigualdade de renda por cor e raça. Pretos e pardos representavam, em 2015, 54% do total da população, mas eram 75,5% das pessoas com os 10% menores rendimentos, contra 23,4% de brancos
Fonte: Folha-PE
Blog do Deputado Federal Gonzaga Patriota (PSB/PE)
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