Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
O papa Francisco chegou neste sábado (16) à ilha de Lesbos, na Grécia, para uma curta visita “humanitária”, na qual visitará os refugiados e honrará o trabalho dos cidadãos gregos na gestão desta crise.
O avião do papa aterrissou no aeroporto de Mitilene, capital da ilha, às 10h05 (horário local, 4h05 em Brasília). Francisco foi recebido pelo primeiro-ministro daGrécia, Alexis Tsipras, e pelo patriarca ecumênico Bartolomeo, que lhe deram as boas-vindas.
Segundo informaram os veículos de comunicação da Grécia, o papa deverá voltar a Roma com dez refugiados de grupos vulneráveis. Devem ser dez membros de famílias monoparentais, mães com crianças, e pessoas com incapacidade e com problemas de saúde. Segundo afirma a agência de notícias grega AMNA, o papa pediu na sexta para poder fazer esta ação simbólica.
Futuro melhor
Em um breve encontro realizado nas instalações do aeroporto, Tsipras afirmou que a “histórica” visita de Francisco é uma oportunidade enorme para se destacar a necessidade de deter a guerra e de possibilitar que pessoas que fogem de seus lares e buscam um futuro melhor na Europa possam encontrar uma via legal para fazê-lo.
Os cidadãos das ilhas mostraram uma grande humanidade e solidariedade, apesar das grandes dificuldades que sofrem em consequência das políticas de austeridade, disse Tsipras.
Após a reunião com Tsipras, o papa se reuniu com os dois líderes ortodoxos e depois foi junto com eles ao centro de refugiados de Moria, onde se reunirão com algumas das pessoas que lá estão à espera de que se tramite sua solicitação de asilo ou sejam devolvidas à Turquia.
Frágeis botes
Em 2015, mais de 300 mil imigrantes arriscaram suas vidas tentando atravessar o Mediterrâneo, segundo as Nações Unidas.
Cerca de 200 mil pessoas desembarcaram na Grécia desde janeiro, enquanto outras 110 mil chegaram à Itália.
A maioria dos que chegam às terras gregas opta pela viagem relativamente curta entre a Turquia e as ilhas de Kos, Chios, Lesvos e Samos – em frágeis botes de borracha ou em pequenos barcos de madeira.
Dois barcos com cerca de 500 imigrantes afundaram após deixar Zuwara, na Líbia, em 27 de agosto
Corpos de ao menos 71 pessoas, que podem ser imigrantes sírios, foram descobertos em um caminhão abandonado na Áustria, também em 27 de agosto
Naufrágio nos arredores da ilha de Lampedusa, na Itália,matou cerca de 800 pessoas em 19 de abril
Ao menos 300 imigrantes se afogaram ao tentar atravessar as águas agitadas do Mediterrâneo em fevereiro
Sobreviventes frequentemente relatam violência e abusos cometidos por traficantes de pessoas. Muitos imigrantes pagam milhares de dólares aos criminosos, e também é comum que sejam alvos de roubos.
O caos na Líbia têm deixado os traficantes de pessoas livres para explorar os imigrantes.
A Frontex, agência que controla as fronteiras externas da União Europeia, monitora as diferentes rotas usadas por imigrantes e como essas pessoas chegam aos limites do continente.
Segundo o órgão, cerca de 340 mil foram detectados nas fronteiras desde o começo do ano. No mesmo período do ano passado, foram 123,5 mil.
De onde eles vêm?
O maior grupo de imigrantes é de sírios, que fogem da violenta guerra civil em curso no país.
Afegãos e eritreus vêm em seguida, geralmente tentando escapar da pobreza e de violações aos direitos humanos.
Os grupos originários da Nigéria e do Kosovo também são grandes – pobres e marginalizados integrantes do povo romà (cigano) são boa parte dos imigrantes vindos do último país.
Na Itália, pessoas que chegam da Eritreia formam o maior grupo, seguidas por aquelas que vêm da Nigéria.
Na Grécia, porém, os sírios formam a maior população, seguidos pelos afegãos.
Como os imigrantes obtêm asilo na União Europeia?
Eles devem provar às autoridades que são alvo de perseguição e poderiam ser feridos ou até mesmo mortos se devolvidos para seu país de origem.
De acordo com as regras da União Europeia, pessoas em busca de asilo têm direito a alimentação, a primeiros socorros e a serem abrigadas em um centro de recepção. Também deve ter suas necessidades avaliadas individualmente.
As autoridades podem conceder o asilo em primeira instância. Se isso não ocorre, o solicitante pode apelar contra a decisão na Justiça, com chances de ganhar.
A pessoa em busca de asilo deve receber o direito de trabalhar em até nove meses após sua chegada.
Fonte: G1
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