Salário com adicional de amor: mães trocam de carreira para criar os filhos
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Quando a licença-maternidade termina e chega o momento de retornar ao trabalho, muitas mães se angustiam diante da diminuição da convivência com os filhos por conta do emprego. Para evitar o arrependimento de não ter participado mais do crescimento deles, algumas resolvem trocar uma profissão com horários rígidos e rotinas pré-estabelecidas por uma carreira que as permita ficar mais perto das crianças. Em determinados casos, a identificação com o universo da maternagem é tão forte que elas optam por empreender nessa área para garantir o sustento da família. Encontrar outra fonte de renda sem precisar abrir mão do dia a dia com os filhos foi o que conseguiram as duas pernambucanas que ilustram esta reportagem.
Mãe de Samuel, 14 anos, e Isadora, 11, a administradora Ana Katz, 41, adiou durante muito tempo a chegada do terceiro filho. Até que a transferência do marido para Garanhuns, no Agreste, e a consequente decisão da administradora em sair da imobiliária da família, onde trabalhava há 17 anos, trouxeram as condições ideais para a chegada de Beatriz, atualmente com três anos. “Decidi ter a Beatriz no momento em que eu saí do escritório, pois estava em busca dessa oportunidade de viver todo o processo de gestação, maternidade e criação de uma maneira mais próxima e intensa. Meu desejo era conciliar minha vida profissional com o privilégio de acompanhar de perto o crescimento deles”, relembra.
Aquela rotina de trabalho com horários fixos para chegar e largar já não fazia mais sentido para Ana, que decidiu se dedicar, então, ao ofício de doula, que é responsável por dar suporte físico, emocional e afetivo à gestante antes, durante e após o parto. Inquieta, a pernambucana também começou, junto com uma amiga, a produzir e vender slings (carregadores de bebês junto ao corpo), em 2013. Não satisfeita, após voltar a morar na capital pernambucana, abriu, em janeiro deste ano, uma empresa para prestar cursos e consultorias sobre humanização e obstetrícia.
A flexibilidade de horários, que permitiu a Ana ficar mais tempo junto aos três filhos, afasta qualquer possibilidade de arrependimento por conta da mudança de carreira. “É péssima a sensação de que seus filhos estão crescendo rápido e você não está acompanhando. Tinha esse medo de olhar para trás e perceber que eu tinha participado menos que queria da vida deles. Por isso, se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo de novo e até mais cedo do que fiz”, garante a empresária.
Quem também não se arrepende da mudança de profissão para ter uma rotina mais próxima dos filhos é Bianca Bourbon, de 37 anos. Após concluir o curso de Direito e trabalhar como professora em uma faculdade privada durante três anos, a mãe de Nicolas, de 5 anos, e Valentim, de 2 anos, resolveu mudar de carreira em 2011, quando a licença-maternidade após o nascimento do primeiro filho já estava chegando ao fim. Em um dos pavimentos da casa onde mora na Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, deu o pontapé inicial no berçário-escola Jardim dos Sonhos, que recebe crianças a partir dos 4 meses até 3 anos.
O empreendimento cresceu tanto que a família precisou se mudar, pois todos os três pavimentos do imóvel foram ocupados pelas instalações do berçário, onde trabalham atualmente cinco funcionários, além de Bianca e o seu marido, que era publicitário e também trocou de carreira. “O que nos motivou foi a vontade de estar com nossos filhos. Juntos, vivenciamos o crescimento deles e vimos quando começaram a falar e andar pela primeira vez. E, ao mesmo tempo, conseguimos pagar as contas”, comemora. “Foi uma mudança ótima para mim, pois me encontrei nessa nova profissão, que é bem mais prazerosa porque me descobri apaixonada por crianças”, relata.
Para quem deseja seguir o mesmo caminho dessas duas pernambucanas, é fundamental não ter medo de arriscar trocar de carreira. “Não há nada melhor para um filho do que estar próximo de quem o ama tanto. Muitos pais priorizam o trabalho para ter o dinheiro necessário para comprar o melhor brinquedo ou a roupa mais bonita para os filhos e se esquecem de que podem oferecer bem mais do que coisas materiais. O importante mesmo é ter tempo para interagir e participar de todas as fases do crescimento deles”, destaca Bianca. “Estar mais presente na vida dos filhos é supergratificante, além de ser um privilégio trabalhar e, ao olhar para o lado, ver o rosto deles ou poder ajudá-los na tarefa de casa”, ressalta Ana.
A decisão de mudar de carreira para ficar mais tempo junto aos filhos não é fácil, mas assim é a maternidade: um caminho repleto de responsabilidades. “Criar um ser humano é um dos maiores desafios que uma mulher pode assumir”, resume Ana. A vida passa por uma reviravolta de 360 graus, garante Bianca: “Quando você tem um filho, suas prioridades passam a ser outras, pois você deixa de existir como ser mais importante, ele é o protagonista e é nele que você pensa antes mesmo de pensar em si própria. Ser mãe é se doar completamente”.
As duas revelam, ainda, o que desejam para o futuro dos seus filhos. “Que eles tenham um mundo melhor, mais humano, tolerante e acolhedor para viverem”, deseja a mãe de Samuel, Isadora e Beatriz. “Que eles se realizem como pessoas, não importa se vão ser ricos ou pobres, se vão casar e ter filhos ou não. O que importa é serem felizes com o caminho que escolherem”, finaliza a mãe de Nicolas e Valentim.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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