‘Sistema político está apodrecido’, diz procurador da Lava Jato
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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“O sistema político-partidário no país está apodrecido pelo abuso do poder econômico”, afirmou o procurador Carlos Fernando de Lima nesta terça-feira (12), ao detalhar a 28ª fase da Operação Lava Jato. O procurador disse ainda que “a corrupção no Brasil não é partidária”. Nesta etapa, foi preso o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), suspeito de cobrar propina para evitar convocação de empresários a comissões parlamentares de inquérito em 2014 e 2015
Segundo Lima, “o uso do poder é que gera corrupção. O exercício do poder, seja por qual partido for, tem gerado corrupção. E essa corrupção tem como finalidade suprir o caixa de campanhas políticas. Tanto é verdade que esses valores, boa parte, foram encaminhados para partidos da base de apoio desse senador, Gim Argello, entre eles, partidos inclusive da oposição.”
O Ministério Público Federal (MPF) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empreiteiras são investigadas na Lava Jato.
Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha. O procurador Carlos Lima afirmou que o esquema de travestir propinas em forma de doações aparentemente legais “já existe e há muito tempo”.
Os investigadores dizem que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos. As siglas, juntamente com o PTB, formaram em 2014 a coligação “União e Força”, pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF.
RESUMO DA 28ª FASE
Objetivo: investigar obstrução da CPI e da CPMI da Petrobras (2014 e 2015).
Mandados judiciais: 22, sendo 2 de prisão temporária, um de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e 5 de condução coercitiva.
Preso preventivamente: ex-senador Gim Argello (PTB-DF).
Presos temporariamente: Paulo Cesar Roxo Ramos, assessor de Gim, e Valério Neves Campos, secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Conduzidos coercitivamente: Jorge Argello Júnior, filho do ex-senador Argello, e os executivos da OAS Roberto Zardi Ferreira Jorge, Gustavo Nunes da Silva Rocha, Dilson de Cerqueira Paiva Filho e Marcos Paulo Ramalho.
Os crimes investigados nesta etapa são concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.
Investigações sobre Gim e operadores
A 28ª fase ficou restrita à atuação de Gim Argello para obstruir comissões parlamentares. Ele foi membro da CPI da Petrobras no Senado e vice-presidente da CPI mista, no Senado e na Câmara.
Ricardo Pessoa, presidente da UTC, foi convocado para depor na CPI, mas liberado da CPI mista. Ele é um dos delatores da Lava Jato, foi preso em novembro de 2015 e hoje cumpre prisão domiciliar. Foi apontado como o chefe do “Clube das Empreiteiras”, grupo que combinava resultados de licitações.
Gim Argello foi preso porque, segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, os produtos da lavagem de dinheiro ainda não foram recuperados. “O crime foi dotado de inusitado atrevimento, porque foi uma corrupção para encobrir corrupção mesmo depois da deflagração da Operação Lava Jato”, disse Costa (veja o vídeo abaixo).
“O caso de hoje revela uma corrupção qualificada, uma corrupção ao quadrado, uma metacorrupção. É gravíssima a conduta de usar uma CPI para praticar crimes que deveriam ser investigados”, afirmou o procurador.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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