Após novo leilão, Infraero ficará com 55 aeroportos, 67% dos quais deficitários
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O leilão dos aeroportos de Florianópolis, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre, marcado para esta quinta-feira (16), traz expectativa de investimentos e de melhoria nos serviços para os passageiros, mas também vai agravar um problema que o governo terá que resolver: o financiamento da estatal Infraero. Em entrevista ao G1, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, e o presidente da Infraero, Antônio Claret, informaram que está sendo concluído um projeto de reestruturação da estatal.
Uma das medidas será criar uma subsidiária, Infraero Aeroportos, a qual ficarão ligados até 20 dos maiores aeroportos administrados pela empresa, e que terá o seu capital aberto a investidores. Outra é reduzir o número de funcionários (leia mais abaixo). Se o leilão desta quinta der certo, sobe para nove os aeroportos públicos, operados pela Infraero, concedidos à iniciativa privada desde 2012. As concessões já envolveram alguns dos principais terminais do país, como Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), o que reduziu as receitas da Infraero em 53%.
O G1 obteve, via Lei de Acesso à Informação, o balanço de receitas e despesas de 2015 de cada um dos 59 aeroportos administrados pela Infraero – o de 2016 só deve ser concluído ao final de março. Florianópolis, Salvador, Porto Alegre e Fortaleza são superavitários, ou seja, dão lucro à estatal.
Mas esses fazem parte de uma minoria, que vai encolher ainda mais. Com o leilão desta semana, cai de 22 para 18 o número de aeroportos da Infraero com superávit. Os deficitários, que dão prejuízo, somam 37 e vão representar 67,3% do total, segundo o balanço de 2015.
O agravamento da crise econômica em 2016, que contribuiu para que o número de passageiros transportados em voos dentro do país caísse pela primeira vez em uma década, pode também ter feito com que o número de aeroportos públicos deficitários tenha aumentado no ano passado.
Em 2015, a Infraero teve prejuízo de R$ 3 bilhões. Em 2016, o prejuízo foi menor, de R$ 767 milhões.
Os maiores déficits
A Infraero administra desde aeroportos de grande movimento, como Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP), até terminais menores, como o de Tabatinga (AM) e o de São José dos Campos (SP). O aeroporto do interior paulista foi, em 2015, o que registrou o pior resultado entre os 59: prejuízo de R$ 23,5 milhões.
Logo em seguida vem o aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte: prejuízo de R$ 21,9 milhões em 2015. Em terceiro estava o aeroporto de João Pessoa (PB), com déficit de R$ 15,9 milhões.
O aeroporto de Congonhas é responsável pela principal receita da Infraero (R$ 189,9 milhões em 2015). Em segundo está o aeroporto Afonso Pena, que atende a Curitiba, com resultado positivo de R$ 90 milhões.
Na sequência, vêm justamente dois dos quatro aeroportos que serão leiloados nesta semana: Porto Alegre, que deu lucro de R$ 89,9 milhões em 2015; e o de Salvador, com superávit de R$ 85,6 milhões.
Os aeroportos de Fortaleza e de Florianópolis tiveram, em 2015, resultados positivos de R$ 55,3 milhões e R$ 35 milhões, respectivamente. Foram o sexto e o oitavo mais lucrativos.





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