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Hospital no Recife ganha projeto piloto contra a mortalidade materna
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Pernambuco teve uma taxa média de 70 mortes de mães a cada 100 mil bebês nascidos vivos entre 2011 e 2014, índice acima do nacional que gira em torno de 60, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. Os números motivaram uma parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, e o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme (MSD) para redução da mortalidade materna.
Este tipo de óbito é caracterizado pelo falecimento das mulheres entre 43 dias a 1 ano após o término da gestação. Um projeto piloto será desenvolvido no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), que realiza cerca de 350 partos mensais, e tem perfil para grávidas de alto risco. A inciativa pretende estabelecer novos protocolos de atendimento à gestante e realizar treinamentos com a equipe do HAM. A expectativa é que a experiência, se exitosa, possa ser replicada em outras maternidades pernambucanas.
Segundo a chefe médica da enfermaria de gestação de alto risco do HAM, Andrea Vasconcelos, 80 profissionais de saúde entre médicos obstetras, obstetrizes e enfermeiros serão treinados por equipes do Albert Einstein no Centro de Simulação Realística paulista. O espaço tem cenários que imitam a situação sepse (infecção) e pré-eclâmpsia (hipertensão arterial). Os últimos 40 fazem o treinamento nesta terça (28).
“Já temos um protocolo de redução de morte materna, mas junto com o Einstein vamos montar um novo. Uniformizar as condutas para ter um protocolo igual e formar essa parceria”, disse a médica. O cronograma de acompanhamento, assim como as metas para redução dos óbitos maternos ainda serão definidos. A escolha do HAM para receber o projeto, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), não se deve a questões ligadas ao mau desempenho de índice da mortalidade materna, mas o fato que ser ela uma das maiores do Estado e já ter parceria anterior com o Einstein para o estímulo ao parto vaginal.
A representante da sociedade civil no Comitê de Estudos de Mortalidade Materna no Estado, Júlia Morim, recebeu o anúncio do projeto piloto do HAM com cautela. “Eu não sei se eles vão mudar o modelo de assistência que ainda é um modelo centrado no médico, e não é centrado na mulher. Onde o parto é assistido com muitas intervenções desnecessárias e que causam danos e trazem consequências físicas e emocionais, e até morte”, comentou. Ela destacou ainda que o País não conseguiu reduzir estes óbitos em 75% até 2015 como foi pactuado com a ONU.
A médica e também participante do comitê, Sandra Valongueiro, confirmou que o Estado fica acima da média nacional, contudo Pernambuco em sua estatística inclui as mortes tardias e o Brasil não. O drama da mortalidade materna é multifatorial. Entre as variáveis estão lacunas no pré-natal, rede de assistência ruim e o fechamento das maternidades em várias cidades do Brasil, além da violência obstétrica. As causas de óbito mais frequentes são as hemorragias durante e depois do parto, hipertensão e infecções.
Fonte: Folha-PE
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