“A alta na produção mostra uma preparação das associadas para um mercado melhor em 2017”, afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea. No entanto, ao comparar com dezembro de 2016, quando 199.864 unidades foram produzidas, houve queda de 12,9%. No ano passado, a indústria automotiva teve queda de 11%, com 2,15 milhões de unidades, voltando ao nível de 2004.

“O número de licenciamentos não foi bom. Era esperada uma queda por questão sazonal sobre dezembro, mas o que nos frustrou foi a queda em relação a janeiro do ano passado, que já tinha sido baixo”, disse Antonio Megale.

Em números divulgados pela associação das concesisonárias (Fenabrave), o setor alcançou o emplacamento de 147.229 unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, contra 155.277 no primeiro mês de 2016. O resultado mostra uma queda de 5,18% no primeiro mês do ano, o pior desempenho para janeiro desde 2006.

“A queda em relação ao mesmo mês do ano anterior vem reduzindo, mas ainda não estabilizou. esperamos que isso aconteça ainda no primeiro semestre e ainda acreditamos em número positivo no fechamento do ano”, afirma Megale.

No final de 2016, a Anfavea fez projeção para uma alta de 11,9% na produção em 2017 e crescimento de 4% nas vendas.

Segmentos
O segmento de automóveis e comerciais leves obteve alta de 17,5% em janeiro de 2017, comparando ao mesmo mês do ano passado. No total, foram 168.513 unidades produzidas, contra 143.359 unidades um ano antes.

Em licenciamentos, automóveis e comerciais leves chegaram a 143.768 unidades, com queda de 4% em comparação a janeiro de 2016, com 149.834 unidades produzidas.

Para os caminhões, o setor produziu 4.482 unidades em janeiro de 2017, alta de 7,8% em relação ao mesmo mês de 2016 e de 9,3% na comparação com dezembro. As vendas de caminhões foram as piores desde janeiro de 1997.

Mesmo assim, as vendas para caminhões foram as piores para janeiro desde 1997. Com apenas 2.947 unidades, número 33,3% inferior ao de janeiro do ano passado e que representa queda de 33,8% a dezembro.

Em janeiro, a indústria produziu 1.069 unidades de ônibus, representando queda de 9,1%, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, e alta de 9,9%, em relação a dezembro. As vendas foram de 1.003 unidades, quedas de 28,2%, comparado a janeiro de 2016, e de 25,1%, contra dezembro.

Exportações
De acordo com a entidade, janeiro de 2017 registrou a melhor marca em exportações para este mês desde 2008. Foram exportados 37.189 veículos em janeiro de 2017, o que representa uma alta de 56% comparando ao mesmo mês de 2016. Ao comparar com dezembro de 2016, quando as montadores exportaram 62.792 unidades, houve queda de 40,8%.

Empregos
O nível de empregos se manteve estável entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. As fábricas contam com efetivo de 121.125 trabalhadores atualmente, contra 121.178 em dezembro. Um ano antes, em janeiro de 2016, o número era de 129.594, o que representa uma queda de 6,5% em janeiro de 2017.

“O número de postos de trabalho no setor está estável. Houve um pequeno ajuste de 50 vagas por causa da rotatividade”, explicou Megale.

“Algumas empresas aproveitam janeiro pra fazer algum ajuste técnico na linha. Isso é normal. Janeiro e fevereiro são meses de venda mais baixa, sempre os piores do ano”, completou Megale.