Sem cumprir promessas, Trump aumenta gastos militares

Diante das dificuldades enfrentadas para cumprir suas promessas – deportação de imigrantes ilegais, proibição da entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, reforma do programa de saúde Obamacare e construção do tão falado muro na fronteira com o México –, o presidente Donald Trump decidiu fazer o que faz todo populista: aumentar os gastos militares.

Em sua proposta de orçamento enviada ontem ao Congresso, sugeriu cortar programas ambientais e de ajuda externa para ampliar em US$ 54 bilhões, ou quase 10%, o Orçamento do Pentágono. A proposta continua a prever um déficit orçamentário em torno de US$ 500 bilhões e enfrentará uma batalha dura no Congresso, onde os republicanos terão de enfrentar o dilema entre duas causas que lhes são caras: austeridade fiscal e poderio militar.

Depois de crescer desde os atentados de 11 de Setembro de 2001, os gastos militares vinham sendo reduzidos ano a ano no segundo mandato do ex-presidente Barack Obama. Em vez dos US$ 548 bilhões propostos por Obama para 2017, o Orçamento sugerido por Trump prevê perto de US$ 603 bilhões para os militares, pouco acima do gasto em 2016, US$ 596 bilhões.

De acordo com a Peterson Foundation, esse valor supera a soma dos sete maiores gastos militares além dos Estados Unidos. China, Arábia Saudita, Rússia, Reino Unido, Índia, França e Japão gastaram, juntos, US$ 567 bilhões no ano passado com suas Forças Armadas. A China tem o segundo maior Orçamento militar do planeta: US$ 215 bilhões, pouco mais de um terço do americano.

Mas é um erro enxergar esses números como valores absolutos. Em relação ao tamanho da economia, os gastos militares americanos têm caído consistentemente desde o fim da Guerra Fria. Segundo o Banco Mundial, correspondiam a 5,6% do PIB em 1988, caíram para 2,9% em 1999, depois do 11 de Setembro voltaram a subir até atingir 4,7% em 2010 e, em 2015, estavam em 3,3%.

É um patamar comparável à Colômbia (3,4%) e inferior à Ucrânia (4%), à Rússia (5%) e aos países árabes (8,3%) – só a Arábia Saudita gasta 13,5% do PIB. Os Estados Unidos ainda gastam, proporcionalmente, mais que a China (2%) e mais que o dobro da União Europeia (UE). A UE reduziu seus gastos militares de 2,8% do PIB, em 1988, para 1,5%, em 2015. Entre os países ricos, a média é 2,4%.

É esse, portanto, o contexto em que deve ser entendida não apenas a nova proposta de Trump – mas sobretudo sua exortação a que os aliados europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) cumpram o mínimo de 2% do PIB em gastos militares, estabelecido no tratado, para poder contar com apoio americano em seus conflitos.

Na semana passada, em vista à Europa, tanto o vice-presidente Mike Pence quanto o secretário da Defesa, James Mattis (ao lado de Trump na foto), tentaram apaziguar os ânimos feridos com a retórica irada de Trump. Mas foram incisivos em relação à exigência aos integrantes da Otan para que ampliem o gasto com sua própria defesa.

A UE enfrenta dois desafios estratégicos em sua segurança. O primeiro é deter o terrorismo, enfraquecida pela saída do Reino Unido e pela ameaça de esfacelamento do bloco. O segundo é a Rússia de Vladimir Putin, cujas ambições militares crescentes incluem planos de expansão pela Ucrânia e pelos países bálticos.

É duvidoso que mais gastos militares tenham serventia contra ambos os desafios sem coordenação adequada. “O problema não é a quantidade de dinheiro que os países europeus dedicam à segurança nacional”, escreve Stephen Walt na Foreign Policy. “É que não gastam tais fundos de modo eficaz e não coordenam as atividades de defesa tão bem quanto poderiam.”

Trump pretende exercer pressão sobre seus aliados e anunciou que, com seu novo Orçamento militar, conseguirá derrotar o Estado Islâmico (EI) em um ano. Em termos territoriais, não é impossível. Os planos adotados pelo governo Obama, com base nas alianças locais, já reduziram à metade o território ocupado pelos terroristas na Síria e no Iraque. A previsível derrota deles em Mossul deixará apenas a capital Rafah como alvo significativo. A derrota militar do EI é apenas questão de tempo.

Mas a questão não se resume à conquista territorial. A luta contra o terror é, antes disso, uma batalha cultural, pelos corações e mentes da população jovem muçulmana, tanto nos países árabes quanto no Ocidente. Trump poderá viver uma situação similar à de George W. Bush, que foi ao Iraque proclamar “Missão Cumprida” apenas para ver o terrorismo renascer revigorado. Aí descobrirá que, contra o terror, populismo militar não funciona.

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