Dois curtas-metragens pernambucanos estão concorrendo na 23ª edição do festival internacional de documentários
É Tudo Verdade, que está sendo realizado simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro até o dia 22 de abril.
Nome de batismo – Alice, de Tila Chitunda, e
Mini Miss, de Rachel Daisy Ellis, estão entre nove produções da categoria Competição Brasileira: Curtas-metragens.
O vencedor receberá um troféu, o prêmio de R$ 55 mil e uma avaliação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para concorrer a uma vaga na disputa do Oscar de Melhor Curta Documental. A cerimônia de encerramento e premiação será realizada no Itaú Cultural, na capital paulista, neste sábado (21).
O documentário Nome de batismo – Alice explora vínculos entre Brasil e Angola a partir das relações familiares da diretora, uma brasileira descendente de angolanos que fugiram para Olinda devido à guerra de declaração de independência do país africano, que se arrastou de 1961 a 1974. Em 2015, Alice Tila Chitunda decidiu visitar a terra de seus ancestrais em uma viagem de autoconhecimento que acabou esbarrando na escolha de seu nome – Alice era o nome de sua avó, filha de um líder local. O filme será exibido nesta quinta-feira (19) no Instituto Moreira Sales e no SESC da 24 de Maio, ambos em São Paulo.
“Para mim é muito gratificante competir no Tudo É Verdade, ainda mais se tratando de uma história muito pessoal, mas com um sentido tão coletivo. O Brasil e a Angola possuem muitos pontos em comum. O curta nos faz refletir sobre família, identidade, escravidão e diásporas negras causadas pelas guerras no continente africano”, diz Chitunda, que é graduada em Rádio e TV pela UFPE e atualmente mora na Suíça.
O curta-metragem
Mini Miss, é assinado por Rachel Daisy Ellis (produtora de filmes como
Boi neon, lançado em 2015) em seu primeiro trabalho como editora. “É uma alegria imensa ter um filme selecionado para um dos festivais de documentários mais importantes da América Latina e com forte tradição na história recente do documentário brasileiro”, comemora a pernambucana. Seu curta-metragem foi filmado na perspectiva de uma criança de quatro anos e acompanha cinco meninas que participam do concurso de beleza Mini Miss Baby Brasil.
“Através do filme queria explorar a experiência de crianças na primeira infância num espaço delimitado dominado por normas e desejos de adultos. O filme tem um dispositivo de observação que é na altura das crianças, numa tentativa de capturar a experiência única dessas meninas. Curioso é perceber que elas, mesmo em meio à um cenário de expectativas de adultos, elas ainda conseguem criar momentos de fabulação”, conta Ellis.
As categorias brasileiras do
É Tudo Verdade terão um júri composto pelos cineastas Betse de Paula, Fernando Grostein Andrade e Tyrell Spencer. Produções internacionais e latino-americanas também concorrem em outras categorias da mostra, idealizada pelo roteirista Amir Labaki. O festival tem apoio do Ministério da Cultura através da Secretaria do Audiovisual.
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2018/04/19/internas_viver,749101/filmes-pernambucanos-participam-de-festival-internacional-de-documenta.shtml