Passageiros descrevem 22 minutos de pânico em voo no qual mulher morreu ao ser sugada nos EUA
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Muitos acharam que iriam morrer e se despediram de parentes e amigos; jovem comprou Wi-Fi para transmitir vídeo ao vivo para toda a família de uma só vez. Em meio a vento, objetos voando e muito choro, uns rezavam e outros gritavam mensagens de encorajamento.
Durou 22 minutos o pânico no voo 1380 da Southwest Airlines que terminou com a morte de uma passageira, parcialmente sugada para fora de uma janela quebradana terça-feira (17). A piloto conseguiu fazer um pouso de emergência em Filadélfia e salvar todas as outras 148 pessoas a bordo.
Após um alto estrondo, o avião começou a chacoalhar violentamente. Um vento atravessou a cabine, e detritos parecidos com neve flutuaram pelo corredor enquanto máscaras de oxigênio caíram do teto. Alguns passageiros se perguntaram se voltariam a abraçar seus filhos novamente e pelo menos um comprou acesso a wi-fi enquanto o voo descia rapidamente para que pudesse se despedir de seus parentes.
Uma explosão em um dos motores do Boeing 737 fez com que estilhaços destruíssem parte da aeronave e quebrassem uma das janelas, provocando a morte de Jennifer Riordan, de 43 anos.
A terrível sequência de eventos do voo 1380 despertou atos de bravura entre os passageiros e membros da tripulação e atraiu elogios para a piloto que guiou em segurança o avião danificado a um pouso de emergência no aeroporto de Filadélfia.
Uma explosão, e detritos na sua cara
Alfred Tumlinson estava voltando para Corpus Christi, no Texas, com sua esposa, depois de participar de um baile do Texas Farm Bureau em Nova York. Cerca de 30 minutos depois de o voo decolar do aeroporto La Guardia, eles ouviram um estrondo a aproximadamente 32 mil pés acima da Pensilvânia, e o avião começou a descer.
Um segundo barulho foi ouvido, disse Marty Martinez, um especialista em marketing digital de 29 anos que estava indo para casa em Dallas. Foi quando ele viu uma janela estourada a cerca de duas fileiras a frente da suam do outro lado do avião.
O ar entrou rapidamente pela cabine despressurizada, e “todos os detritos estão voando na sua cara, pelo corredor do avião, até o fundo do avião”, disse Tumlinson.
Enquanto as pessoas a bordo começaram freneticamente a colocar as máscaras e ajudar os outros com as suas, passageiros e membros da tripulação correram para alcançar uma mulher na 14ª fileira que estava sendo sugada pela abertura pela cabeça, mesmo usando cinto de segurança, segundo os investigadores.
Segundo o relato de pelo menos um passageiro, metade do corpo dela estava fora do avião.
Um herói com chapéu de caubói
Um homem com chapéu de caubói, o fazendeiro Tim McGinty, de Hillsboro, Texas, arrancou sua máscara e lutou para puxar a mulher para dentro. Andrew Needum, um bombeiro de Celina, no Texas, foi ajudar e os dois conseguiram colocá-la de volta para dentro.
“Pareceram dois minutos e pareceram duas horas”, McGinty disse aos repórteres, com curativos em um braço que machucou enquanto tentava salvar a mulher.
A mulher de McGinty, Kristin, que também estava a bordo, disse depois ao jornal “USA Today”: “Alguns heróis usam capas, mas o meu usa um chapéu de caubói”.
Quando uma comissária perguntou se alguém sabia primeiros socorros, a enfermeira escolar aposentada Peggy Phillips retirou seu cinto de segurança. E ela e o bombeiro deitaram a mulher gravemente ferida. Os dois começaram a administrar primeiros socorros durante cerca de 20 minutos, até que o avião pousasse.
Jennifer Riordan, uma executiva bancária de 43 anos da Wells Fargo e mãe de dois em Albuquerque, Novo México, não sobreviveu.
“Se você consegue imaginar atravessar a janela de um avião a mais de 900 km por hora e bater ou na fuselagem ou na asa com seu corpo, ou seu rosto, então acho que provavelmente posso dizer a você que houve um trauma significativo”, disse Phillips à emissora ABC.
O legista da Filadélfia disse que Riordan morreu por trauma de impacto contundente na cabeça, pescoço e tronco.
Calma na cabine
Quando o motor explodiu, isso fez com que o avião tombasse abruptamente alarmantes 41 graus para a esquerda e começasse a vibrar, disse na quarta-feira o chefe do Comitê de Segurança Nacional de Transporte, Robert Sumwalt.
Dentro da cabine, a piloto Tammie Jo Shults calmamente comunicou a gravidade da situação.
Controlador: Passageiros feridos, OK. E seu avião está fisicamente em chamas?
Piloto: Não, não está em chamas. Mas perdemos parte dele. Disseram que há um buraco e…er… alguém saiu por ele.
Controlador: Desculpe, você disse que tem um buraco e alguém saiu por ele?
Piloto: Sim.
Dizendo adeus pela internet
Alguns passageiros usaram redes sociais para se despedir de amigos e parentes.
Matt Tranchin, que estava indo para casa em Dallas, começou a enviar mensagens para sua esposa, grávida de oito meses, e para seus pais, dizendo que os amava e contando a eles coisas que gostaria que seu filho ainda não nascido soubesse, caso o avião caísse e ele não sobrevivesse.
Martinez decidiu comprar o serviço de Wi-Fi a bordo. Ele procurou sua carteira, e então se viu todo atrapalhado digitando os dados de seu cartão de crédito enquanto o avião chacoalhava. Ele disse que pareceu levar uma eternidade enquanto ele ficava digitando os números errados.
Ele finalmente fez uma transmissão de Facebook Live mostrando ele e outros passageiros com máscaras de oxigênio, o vento soprando no fundo. Ele disse que optou pelo Facebook Live em vez de enviar mensagens individuais porque queria se comunicar com o máximo de pessoas queridas possível.
“Eu tinha esse sentimento de que não iria sobreviver, e tinha que pensar, quem eu contato primeiro? Escrevo para minha mãe, para o meu pai, meu irmão, minha irmã?”, disse ele. “Essa era uma posição muito difícil de se estar, pensar quem é mais importante na sua vida e em que ordem”.
“Achei que era o fim da minha vida”
Enquanto o avião descia íngreme mas firmemente em direção à Filadélfia, a cabine estava barulhenta por causa da janela aberta, mas a maioria dos passageiros estava quieta, talvez por causa das máscaras, disse a passageira Amanda Bourman, de Nova York.
“Todos estavam chorando e perturbados. Você tinha uns poucos passageiros que foram muito fortes e eles ficavam gritando para as pessoas, sabe, ‘está tudo bem! Vamos sair dessa!’”, disse Bourman. “Eu apenas me lembro de segurar a mão do meu marido e nós rezamos e rezamos e rezamos”.
Para Kristopher Johnson, um único pensamento invadia sua mente: sua mulher e o filho de 13 meses, Jakob.
“Achei que era o fim da minha vida”, Johnson, um diretor assistente da Escola de Ensino Médio East Montana, em El Paso, Texas, disse à People.com; “Pensei que nunca poderia ver meu filho ou minha mulher ou minha família de novo. Essa foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça”.
Kathy Farnan, uma senhora de 77 anos de Santa Fe, Novo México, disse que as pessoas que estavam sentadas perto dela na frente, longe da janela quebrada, permaneceram relativamente calmas. “Não houve pânico. Todos estavam bem. Acho que era muito cedo de manhã. As pessoas ainda estavam meio dormindo”, disse ela.
Eric Zilbert, administrador no Departamento de Educação da Califórnia, disse que até mesmo as crianças “se comportaram muito bem”.
“Nervos de aço”
Passageiros elogiaram Shults por seu profissionalismo durante a emergência. Shults, uma das primeiras piloto mulher a comandar jatos na Marinha dos EUA, estava no controle quando o avião pousou.
Ela foi aplaudida depois de colocar o avião em solo com segurança. Segundo os passageiros, a piloto caminhou pelos corredores e conversou com eles para se assegurar que estavam bem após o pouso.
“Ela tem nervos de aço”, disse Tumlinson. “ Vou mandar a ela um cartão de Natal. Com um vale-presente por ter me colocado no chão. Ela foi sensacional”.
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/passageiros-descrevem-22-minutos-de-panico-em-voo-no-qual-mulher-morreu-ao-ser-sugada-nos-eua.ghtml