Temer promete estudo sobre transposição do Tocantins para o São Francisco
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O presidente Michel Temer (MDB) prometeu nesta sexta-feira (2) assinar a autorização para que sejam elaborados os estudos da integração entre as bacias do rio Tocantins e do São Francisco “quando chegar à sua mesa”. O projeto é tido como uma saída para revitalizar o ‘Velho Chico’. O emedebista está em Cabrobó, no Sertão de Pernambuco, onde acionou a segunda estação de bombeamento do eixo norte da transposição do rio, o que permite o avanço da água em direção ao Ceará.
Com dimensões maiores do que o projeto nordestino, Temer previu a inauguração para quatro ou cinco anos e cobrou a paternidade do serviço que ainda não foi iniciado. “Espero que lá para a frente alguém venha aqui e diga foi o Temer que iniciou essa integração”, afirmou.
O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, defendeu os estudos para a obra em seu discurso. “Não adianta ter transposição se o rio São Francisco não estiver vivo para oferecer água”, disse. “É algo ousado, que envolve mais de 220 quilômetros. São 600 metros de gravidade entre a captação, no Tocantins, e a entrega, na Bahia. São duas bacias com absoluta distinção no ambiente”, enumerou. “Porém, buscar integrar as duas bacias seria a redenção para a vida do São Francisco”, argumentou ainda.
A análise para a integração foi anunciada por Barbalho em reunião no Senado em agosto do ano passado. À Casa, ele afirmou que a maior preocupação seria o custo de operação, estimado em R$ 500 milhões por ano, sendo R$ 300 milhões apenas para o pagamento da energia usada para bombear a água. A questão do pagamento da energia para bombear a água também é um entrave na transposição do São Francisco.
O projeto envolvendo o rio Tocantins foi apresentado duas vezes pelo deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) desde 1995. Apesar de a expectativa ser de uma obra semelhante à da transposição, as dimensões do projeto seriam menores. Segundo o parlamentar, “a obra do São Francisco custou até agora cerca de R$ 10 bilhões de reais e chegou apenas à Paraíba, com previsão de atingir o Ceará e o Rio Grande do Norte, só este ano de 2018. Para trazer a água do rio Tocantins para o São Francisco, a estimativa é de um investimento de cerca de R$ 3 a 4 bilhões de reais. Esses cálculos antes da conclusão do estudo”, disse Gonzaga Patriota.
Este projeto de Gonzaga Patriota ficou parado por 20 anos. Só em 2015 foi aprovado pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Em junho de 2017, o deputado Tadeu Alencar, também do PSB de Pernambuco, apresentou relatório favorável à matéria à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que, fora aprovado por unanimidade e já se encontra na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, sendo relatado pela Senadora Kátia Abreu.
Patriota argumenta que a precipitação média anual na bacia do Rio Tocantins é de 5,6 milímetros por segundo, estendendo-se os meses chuvosos de novembro a maio e os meses secos de junho a setembro, essa média cai pela metade, exatamente, segundo o parlamentar, época em que não carece ser feito a transposição para o rio São Francisco. No rio São Francisco, os índices são bem menores, 1,6 milímetros no máximo, chegando a 200 milímetros, na época da seca. Além disso, Gonzaga Patriota frisa que a vazão média no Tocantins chega a 13,6 metros cúbicos por segundo, enquanto no São Francisco é de apenas 2.846 metros cúbicos por segundo.
Amanda Miranda
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