Conferência para paz na Líbia reforça embargo de armas
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Aliados internacionais do governo apoiado pela Organização das Nações Unidas na Líbia e forças rebeldes lideradas pelo general Khalifa Hafter entraram em acordo, neste domingo (19), para respeitar um cessar-fogo iniciado há uma semana e um embargo de armas decretado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, no contexto da guerra civil que assola o país há cinco anos.
O pacto foi selado na conferência em Berlim organizada pelo governo da Alemanha e pela ONU. Esta foi a primeira vez em que se reuniram todos os atores relevantes no conflito.
Entre os presentes estavam o presidente do Governo do Acordo Nacional da Líbia (GNA), Fayez al-Sarraj, apoiado pela Turquia, e Hafter, homem forte do leste do país, liderando o autointitulado Exército Nacional Líbio (LNA) com apoio da Rússia.
“Podemos dizer que a Conferência da Líbia fez uma importante contribuição aos esforços de paz da ONU”, afirmou a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, em entrevista coletiva.
“Não há possibilidade de uma solução militar. Precisamos de uma solução política.”
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Integrante da ONU observa uma sala queimada durante os confrontos na Líbia — Foto: Goran Tomasevic/Reuters
Apesar do otimismo, Merkel se disse ciente de que o acordo não resolve todos os problemas do país. Para a premiê, o resultado da reunião é um impulso para que as partes em conflito busquem uma solução diplomática para a crise:
“Não me deixo iludir, será um caminho difícil.” Merkel destacou que o embargo de armas deve ser fortemente fiscalizado para que seja efetivo.
Discrepâncias e crítica
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Angela Merkel, chanceler da Alemanha, recebe o secretário-geral da ONU, António Guterres, para reunião sobre a Líbia em Berlim neste domingo (19) — Foto: Michele Tantussi/Reuters
Para que o acordo firmado tenha validade internacional, ele será levado ao Conselho de Segurança da ONU. O documento assinado por 16 Estados e organizações aposta no estabelecimento de uma trégua “duradoura e verificável”, além de pedir que todos os atores envolvidos cumpram o embargo de armas e não contribuam para uma escalada do conflito na Líbia.
O texto defende que uma solução para a crise só pode passar por um processo político controlado e liderado pelos líbios. Além disso, a meta é manter a unidade territorial e a soberania nacional da Líbia.
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Líderes mundiais participam em Berlim de encontro sobre a Líbia — Foto: Murat Cetinmuhurdar/Turkish Presidential Press Office/Handout via Reuters
A conferência teve o mérito de reunir, pela primeira vez, todos os atores nacionais e internacionais envolvidos no conflito no país norte-africano, em especial por a Alemanha ser um mediador sem grandes interesses diretos no país.
Estiveram presentes os presidentes da França, Emmanuel Macron; Rússia, Vladimir Putin; Turquia, Recep Tayyip Erdogan; e do Egito, Abdul Fatah al Sisi. Também viajaram a Berlim os primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, e da Itália, Giuseppe Conte. Os Estados Unidos foram representados pelo secretário de Estado Mike Pompeo.
Após a cúpula, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou: “Todos os participantes se comprometeram a renunciar a interferências no conflito armado ou em questões internas da Líbia.”
Na prática, contudo, o general Hafter conta com apoio militar de Rússia, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos, assim como com o respaldo político da França e EUA; enquanto Al-Sarraj é política e financeiramente apoiado por União Europeia, ONU, Itália e Catar, além de receber ajuda militar da Turquia, em violação ao embargo de armas.
Por sua vez, o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, criticou os dois protagonistas do conflito líbio:
“A conferência foi muito útil […], mas é claro que ainda não foi lançado um diálogo sério e estável” entre Hafter e o governo de Al-Sarraj, reconhecido pelas Nações Unidas, comentou.
Johnson confronta Putin
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Vladimir Putin (ao centro) participa neste domingo (19) de cúpula em Berlim para definir cessar-fogo na Líbia — Foto: Kay Nietfeld/Pool via Reuters.
Fonte: G1