A TV está ao alcance das mãos na era dos aplicativos. Segundo pesquisa do Google Brasil, no país, 68% das pessoas assistem à TV, ao mesmo tempo em que utilizam smartphones, fenômeno conhecido como “duas telas”. Ainda de acordo com a análise, 30 milhões de pessoas utilizam três mídias (computador, televisão e smartphone) simultaneamente. Números expressivos e quase impossíveis de ignorar. Por isso, os canais de televisão paga e aberta se apropriaram de diferentes formas da rede para fisgar o telespectador. Uns apostam em divulgação intensa nas redes sociais, com ações, interação com internautas e hashtags. Já outros mergulham no campo da tecnologia e lançam aplicativos variados.

O Turner Broadcasting System, responsável por canais como Warner Channel, Cartoon Network, TNT e AXN, é um exemplo de conglomerado atento às novas mídias. Dos canais por assinatura do grupo, o Cartoon Network é o líder em número de aplicativos, sobretudo dos jogos e de programação.

Os canais também apostam em conteúdos específicos. Séries, como Hannibal, e novelas, como Pecado mortal, ganharam apps. “Isso já é realidade. Todos os estudos apontam o crescimento de pessoas que assistem à TV com tablet ou laptop ou mesmo celular no colo, conectados. É bastante perceptível”, comentou o diretor de novas mídias da Record, Antonio Guerreiro. A Sony Pictures Television afirma que o Brasil foi o país campeão em downloads do aplicativo da atração sobre o psiquiatra e assassino Hannibal Lecter, entre os 37 onde foi lançado. De acordo com a empresa, o programa amplia a experiência do telespectador diante do conteúdo.

Uma das propostas das novas mídias é fornecer conteúdos diferenciados do visto na televisão. O serviço de streaming Netflix lançou um aplicativo para evitar spoilers sobre a quinta temporada de Breaking bad.

Mais um sinal de como as empresas e canais de televisão se apropriam cada vez mais do universo da web. As operadoras também destinam os olhares para isso. Um dos exemplos da inovação, o serviço SKY Live dispensa assinatura. Basta “curtir” a fan page e acessar por computador, smartphones ou tablets. Lançada há quase dois anos, a plataforma possui parceria com produtoras de shows, como a Planmusic. Transmissões de shows como John Mayer, Beyoncé e Iron Maiden também figuraram na agenda deste ano. O SKY Live também inovou ao lançar a websérie musical Entre sem bater, com a banda Jota Quest.

A operadora de TV a cabo NET também investe em serviços ou apps que se aproximem do assinante. Após lançar o NOW, serviço de video on demand para assinantes, também criou o NET App, cuja finalidade é disponibilizar guia de programação, informações de conteúdos e agendamento de gravações de programas através do smartphones ou tablets.

Entrevista – Vice-presidente e gerente do Warner Channel, Vicky Zambrano

Como a Warner Channel avalia esse novo cenário da web-televisão?
A Warner Channel reconhece que a tecnologia faz conteúdos se espalharem mais rapidamente. Realmente é uma meta do grupo oferecer esse conteúdo à audiência proporcionando mais entretenimento. Enquanto as diferentes temporadas (a chamada fall season traz as principais estreias, e a US broadcast é a temporada comum) se desenrolam, fica mais complicado porque nosso grupo precisa se preparar para transmissões impecáveis. Mas quanto mais as garantimos, melhor estamos oferecendo nosso conteúdo aos fãs e de maneira mais rápida. Nós abraçamos essa ideia, mas não sem ignorar que requer mudanças e muita coordenação da equipe. Diria que é mais uma questão de permanecer competitivo no mercado.

Como a Warner Channel faz para acompanhar os novos hábitos do telespectador?
Há muita coisa acontencendo na divisão digital da WC. Apesar de já oferecermos aplicativos com exibições secundárias e adotarmos uma estratégia em redes sociais e reconhecê-la como uma importante ferramenta para interagir com audiência e fãs, inovação nessa área é uma necessidade. Então, para mim, todo novo dia representa uma oportunidade de conversar com a audiência leal e dar a ela uma nova experiência de transmissão, aumentando nossos índices. Mais e mais, os telespectadores tradicionais têm dispositivos secundários e terciários à mão, onde eles não apenas compartilham o que pensam, mas também comentam opiniões alheias, criando uma massiva e dinâmica comunidade e uma grande onda que permite uma efetiva interação da emissora com telespectadores e entre eles.

Algum canal da Turner Broadcasting System elabora produtos voltados para a web, a exemplo de uma websérie?
Há alguns projetos em andamento em alguns canais do grupo, como também algumas experiências transmidiáticas.

Fonte: Diário de PE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)