Especialista em câncer de mama defende medicina de precisão no RS

00Consultora do governo dos Estados Unidos para políticas de tratamento do câncer, a oncologista nigeriana Funmi Olopade visitou Porto Alegre nesta semana. Ela é defensora da chamada medicina de precisão e crê que, em um futuro próximo, a tecnologia que permite dizer se uma pessoa está totalmente livre de câncer estará disponível para grande parte da população (veja o vídeo acima).

“A medicina de precisão nos dá uma grande oportunidade. Já está sendo desenvolvido um chip para telefone celular capaz de fazer testes genéticos e detectar a doença”, contou a especialista em câncer de mama, enquanto percorria os laboratórios da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na capital gaúcha. A médica explicou que a medicina de precisão proporciona que cada mulher tenha um tratamento específico para a doença, e destacou a importância de incentivar pesquisas sobre a saúde da população brasileira. “A média de idade para uma mulher ter câncer de mama em Porto Alegre é de 48 anos. Nos Estados Unidos é de 58. São 10 anos de diferença. Por que isso? Se não fizermos as pesquisas, nunca saberemos”, diz.

Trabalhando na universidade de Chicago, a estudiosa desenvolveu métodos de prevenção por meio da análise da hereditariedade. “Costumávamos pensar que o câncer de mama era uma única doença. Hoje sabemos que são várias doenças, que podem ser causadas pelos genes que você herda”, explicou.

Segundo a estudiosa, nem todas as mulheres precisam retirar os seios após ter o diagnóstico de que há um histórico de câncer de mama na família, como fez a atriz Angelina Jolie. “A maioria das mulheres que faz o mapeamento genético não tira os seios. Elas controlam os riscos através de remédios. Há tipos de câncer que basta tomar uma pílula todos os dias, como se faz com uma doença crônica”, explicou.

O oncologista clínico Márcio Debiasi passou um ano nos Estados Unidos estudando com a especialista. “Preciso conhecer os genes que esse tumor expressa, para com isso eu conseguir fazer o tratamento certo, para a pessoa certa, na hora certa. Isso é medicina de precisão, buscar qual é a característica especifica da doença de uma pessoa para conseguir dar o tratamento adequado”, explicou.

No Brasil, ele diz que o acesso a esses exames pela rede pública de saúde ainda é muito difícil. O médico acredita que a prática poderia isentar pacientes de serem submetidos à quimioterapia, otimizando a demanda do serviço.

“É mais caro se eu for estudar melhor o tumor, mas se eu pensar em longo prazo, posso deixar de dar quimioterapia para um paciente que, baseado no perfil dessa doença, não precisa. Então vai ser muito mais barato, porque a quimioterapia que eu ia dar para um paciente que não precisa eu talvez possa não dar”, afirmou.

A médica nigeriana tem outra crítica à saúde pública brasileira. O medicamento trastuzumabe, há 20 anos disponível nos Estados Unidos para mulheres com tipos agressivos de câncer de mama, tem distribuição limitada no país.

“O governo brasileiro não paga por essa droga quando as mulheres tem metástases. Acho que deveríamos reconsiderar isso. Para algumas mulheres, usar este tratamento pode ser a diferença entre a vida e a morte”, argumenta.

Por outro lado, Funmi diz que o Brasil tem uma ferramenta importante: os agentes comunitários de saúde, que podem ser treinados para fazer o exame do toque. “Não acho que toda comunidade deva ter um mamógrafo, não é a melhor maneira de detectar o câncer. Os agentes de saúde podem ir casa por casa, vendo se as mulheres têm nódulos, e levando as pacientes para o tratamento imediatamente”, opinou.

A médica reconhece que seria inviável submeter toda a população ao teste genético, mas destaca a necessidade de um sistema composto por profissionais capacitados a identificar as pacientes com risco maior de desenvolvimento de câncer de mama.

“É inaceitável perder mulheres para o câncer de mama. Imagine o que acontece quando uma mulher morre. As crianças não têm sua mãe, o marido perde a parceira. Esse é um problema sério para a sociedade. Não se pode por um preço na saúde e bem estar de uma mulher”, conclui.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que em 2013 investiu R$ 130 milhões para disponibilizar o trastuzumabe no tratamento de pacientes com câncer. Sobre a prevenção, o ministério diz possuir o programa de aconselhamento genético por meio do Instituto Nacional do Câncer ou de hospitais filantrópicos e públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), que também oferece de graça exames para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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