
A presidente Dilma Rousseff passou o fim de semana reunida com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) para fechar um pacote de medidas contra a crise focado no corte de despesas e investimentos do governo, que pretende anunciar ainda hoje. Ao mesmo tempo, tenta conter as articulações em curso na Câmara para aprovar a abertura de um pedido de impeachment apresentado pelo ex-deputado e jurista Hélio Bicudo,umdos fundadores do PT, que os partidos de oposição pretendem pôr na pauta de votação.
No sábado, Dilma reuniu-se também com ministros, que foram mobilizados para tentar segurar a base do governo na Câmara dos Deputados. O governo ameaça retaliar com exonerações de apadrinhados e corte de verbas destinadas aos estados e municípios os deputados de sua base que participam domovimento pró-impeachment.
Cada vez mais distante de Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer não participou da conversa. Embarcou na noite de sábado para uma missão oficial na Rússia e na Polônia, na qual é acompanhado pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB); da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu PMDB); da Defesa, Jaques Wagner (PT); de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB); do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB); da Pesca e Aquicultura, Hélder Barbalho (PMDB), e das secretarias dos Portos, Edinho Araújo (PMDB), e da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB). A volta da comitiva está prevista para o próximo fim de semana.
Com todos os ministros do PMDB fora do país, Dilma corre contra o tempo para evitar a volatilização de seu governo. Recebeu um ultimato dos grandes parceiros econômicos do governo logo após a perda do grau de investimento do Brasil concedido pela agência de risco Standard & Poor’s (S&P). Sem esse selo de bom pagador, Dilma precisa sinalizar para o mercado que a meta de superavit fiscal de 0,7% do produto Interno Bruto (PIB) em 2016 é pra valer, antes que outras agências de risco tambémrebaixem o Brasil. A boa vontade dos grandes grupos financeiros e industriais do país com Dilma também está perto do limite.
Dilma precisa cobrir o rombo de R$ 30,5 bilhões na proposta Orçamentária de 2016, que enviou ao Congresso com esse deficit e foi uma das causas do rebaixamento do Brasil pela S&P. A ideia é que o volume dos cortes fique acima de R$ 20 bilhões. A equipe econômica pretende chegar a um valor ainda mais próximo dos R$ 30 bilhões de deficit, mas para isso o governo precisa apresentar os cortes, que também deverão atingir alguns programas sociais. Sem cortar na própria carne, não será possível o aumento ou criação de novos impostos com o beneplácito do Congresso.
Fonte: DP
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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