O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) divulgou uma série de recomendações e sugestões que foram acatadas e passam a vigorar em Fernando de Noronha já a partir desta quarta-feira (30). A decisão se deu após o registro do primeiro caso de ataque de tubarão na ilha. Dentre as providências tomadas estão alterações no horário para entrar na água nas praias onde o banho é permitido, a colocação de placas de aviso semelhantes às utilizadas no Grande Recife, e a adoção de um protocolo de alerta de incidentes em caso de ataque.

Por ser o final da tarde e o início da noite um horário com maior incidência de ataques de tubarão, o Cemit junto com o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) resolveu aconselhar que banhistas entrem no mar somente até as 15h. “Antes da ocorrência do ataque, era permitido entrar na água até às 18h30. O fim da tarde e começo da noite é o horário que os tubarões e peixes grandes costumam se aproximar da margem para se alimentar, o que pode favorecer novos ataques”, explica o coronel Clovis Ramalho, presidente do Cemit. A orientação será reavaliada ainda no começo de 2016.

Haverá ainda reforço nas sinalizações com orientações e riscos em geral. Noronha não apresentava placas informando risco de ataques de tubarão. “Nós teremos até o fim de janeiro um relatório com o levantamento dos riscos que cada praia proporciona para a população da ilha e os turistas. Após esse mapeamento, vamos personalizar uma placa para cada praia”, completa o presidente.

Essas sinalizações deverão ser fabricadas dentro de um modelo uniforme de placa. “Não há nenhum padrão hoje nas sinalizações de risco no estado, mas esperamos conseguir unificar todas ano que vem”, adianta coronel Ramalho.

Como este foi o primeiro registro de ataque, o presidente do Cemit comenta que os órgãos responsáveis tiveram dificuldade para informar o acidente. “Por isso sugerimos esse protocolo que estamos elaborando. Diante desse incidente, temos que monitorar e inserir essas medidas. Estamos tratando de um ambiente, onde o tubarão está inserido, que precisa de cuidados. Evitar ninguém nunca irá conseguir, porque se trata de uma vida marinha, selvagem. O que podemos é tentar minimizar ao máximo”, conclui.

A vice-presidente do Conselho de turismo (Contur) da ilha, Edna Moura, pede às instituições que repensem o limite de horário para entrar no mar. “Tudo bem que no início da manhã e no fim da tarde os peixes estão buscando se alimentar, mas essa recomendação do horário para às 15h é baseado em que?. Acho que 17h seria um horário mais adequado.”, propõe.

Ela ainda acredita que o turismo realizado no arquipélago poderá sofrer com essa sugestão. “Fernando de Noronha vive de turismo, aliás, vários passeios são feitos nesse horário das 15h. Isso dará uma inibida no turismo, começa a ficar meio antipático”, acrescenta.

No entanto, Moura concorda com a aplicação das sinalizações informativas de riscos de ataques de tubarão. “As placas vão assustar, mas não acho que vai ter tanto impacto. Tanto que depois do acidente, as pessoas continuam mergulhando. Se é informação tem que ter”, pondera.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)