Crise e incerteza no Brasil aceleram “fuga de elites”
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Incertezas no Brasil aceleraram a procura da elite por alternativas que considera mais seguras para aplicar seus recursos fora do país.
Corretores e advogados ouvidos pela Folharelataram um aumento na compra de imóveis em Nova York no último ano, quando a crise nacional se aprofundou.
Além da questão financeira, há um movimento em busca de melhor qualidade de vida. Nesses casos, benefícios fiscais oferecidos por governos europeus, como Portugal, também têm surtido efeito.
Nos EUA, o controle menos rígido sobre a origem do dinheiro incentiva investimentos em um mercado imobiliário valorizado e com liquidez.
Instrumentos jurídicos que permitem o uso de empresas de fachada e offshores são comuns na aquisição de imóveis por estrangeiros em Nova York. Além de, em alguns casos, dificultarem a identificação do proprietário, ajudam a evitar o imposto de herança, que nos EUA pode chegar a 50% do valor do imóvel.
“Muitos brasileiros compram em nome de empresa constituída em paraíso fiscal (Bahamas ou Bermudas, por exemplo) para evitar a incidência do imposto”, diz a advogada Michelle Viana, especializada no ramo imobiliário, que atua em Nova York.
Mesmo quem já tem propriedades na cidade tem adquirido outras. Um cliente de Viana, médico paulistano bem-sucedido, comprou o terceiro apartamento em Nova York. Os outros dois ficam parados quase o ano inteiro. Não há intenção de alugar para fazer dinheiro: o objetivo é pôr o dinheiro em investimento que considera seguro.
Assim como Viana, a corretora Ângela Magarian, da Corcoran, percebeu um aumento na procura. Em Nova York há 40 anos, ela diz que “é incrível como mudou”.
“O que eu sinto é que quem pode está vindo mesmo. O Brasil está tão complicado.”
No momento, ela tem seis clientes fechando negócios de US$ 8 milhões a US$ 15 milhões, dois deles se mudando para apartamentos maiores.
A violência é a gota d’água para pessoas que têm condições de se manter fora do país e já não veem perspectivas econômicas no Brasil.
Após sofrer um assalto à mão armada no Jardim Europa (SP), a oncologista Emanuelly Castro passou a planejar sua mudança. O carro blindado não bastou para ela se sentir mais segura. “Estou convicta de que, com a deterioração da economia, haverá alta na criminalidade.”
Dona de imóveis no Brasil, Castro diz que não se desfará deles, mas deixou de investir no mercado nacional. Ela comprou um apartamento em Manhattan, para onde se mudará em 2016 com o filho, de 15 anos.
“Pretendo descomprimir de todo o estresse e a paranoia que vivo no Brasil.”
Um executivo de “altíssima renda”, segundo seu advogado, pagou US$ 60 milhões por um imóvel nos EUA pelo EB-5, programa do governo americano que lhe dará cidadania.
O executivo foi desaconselhado porque, assim, terá de aderir ao pesado regime tributário do país. Mas a insatisfação com o Brasil falou mais alto –sua intenção é se mudar em definitivo.
CASAS EM BALNEÁRIO
“Nova York é a capital do mundo. E os Hamptons são a capital do mundo nas férias”, define o corretor JB Santos, da imobiliária de alto padrão Brown Harris Stevens. O balneário a duas horas de Manhattan é célebre pelas mansões e proprietários famosos.
Desde 2010, Santos vendia um imóvel nos Hamptons por ano, em média. Desde o fim de 2014, diz, foram três. Um de seus clientes é um criador de gado brasileiro, que passa metade do ano em seu apartamento em Nova York e a outra metade no Brasil.
Nos últimos meses, o fazendeiro comprou duas casas nos Hamptons. A terceira foi vendida a um catarinense que trabalha no mercado financeiro e vive em Manhattan.
“Ouço muito de compradores que eles querem tirar dinheiro do país por insegurança política. Eles estão cientes de que adquirir imóveis é uma forma de ter investimento sólido, que, em um futuro breve, vai dar retorno substancial”, afirma Santos.
Fonte: Magno Martins
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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