Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
O excesso de líquido amniótico, condição conhecida cientificamente como polidrâmnio, tem sido encontrado em gestações de bebês com microcefalia cujas mães tiveram zika. O volume exagerado do líquido pode provocar problemas no parto, representando risco para a mãe.
O problema foi descrito, na última terça-feira (1º), pela especialista em medicina fetal, a médica paraibana, Adriana Melo, uma as primeiras a relacionar a microcefalia em bebês com o zika vírus. A pesquisadora participa do Workshop Interacional A, B, C, D, E do Zika, realizado até esta quarta (2), na Fiocruz Pernambuco.
O polidrâmnio foi constatado em duas grávidas paraibanas durante exames de ultrassonografia de acompanhamento da gestação. Os bebês já tinham diagnóstico da malformação craniana e morreram. “O aumento de líquido amniótico pode causar desconforto materno e ser fator de agravamento para a saúde da mãe”, alertou a pesquisadora paraibana.
De acordo com ela, em um dos casos havia um acúmulo tão grande de líquido que foi preciso realizar um esvaziamento do útero por quatro horas até que fosse feita a indução do parto. Nesse caso, foi indicada até uma histerectomia da mulher pelo risco de morte que se apresentava.
“Temos que discutir esses e outros aspectos. São mulheres que podem perder o útero ou morrer”, destacou. Para a especialista, a situação pode se tornar ainda mais dramática em pequenas cidades do Interior onde o problema pode não ser identificado rapidamente por falta de exames. O risco ocorre porque o útero pode não conseguir fazer as contrações normais para controlar o sangramento habitual do parto e, consequentemente, a mulher sofrer uma hemorragia.
EVENTO RARO
O polidrâmnio é um evento raro e não evitável, ocorre em cerca de 1% das gestações da população. O volume ideal é entre 800 ml a 1 litro até perto da 34ª semana de gestação, com queda até o parto. Mas, nos casos de excesso, esse volume chega a triplicar. Isso acontece porque o feto não está deglutindo o líquido amniótico, que envolve o bebê e o protege.
O normal é que o feto degluta, ajudando na formação do sistema respiratório e digestivo. E, em seguida, o elimine como urina. No caso dos microcéfalos, acredita-se que esse mecanismo possa não acontecer devido ao comprometimento cerebral do bebê.
O excesso de líquido já tem relatos anteriores de ligação com os vírus da rubéola e citomegalovírus, sífilis e toxoplasmose, agentes que também provocam alterações fetais, mas também um fator associado é a incompatibilidade do RH sanguíneo da mãe.
OUTROS ACHADOS
A ocorrência de hipertonia, que é uma tensão muscular exacerbada, e da epilepsia nos bebês que nasceram em Pernambuco com microcefalia foram apresentadas pela médica Ana Van Der Linden, do Imip.
Fonte: Folha-PE
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