Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Mãe de menino morto acusa policiais de plantar arma
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
A doméstica Cintia Ferreira Francelino, de 29 anos, chegou no IML (Instituto Médico-Legal) Oeste, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, acompanhada de quatro familiares, só um deles sem calçar chinelos. Passou pela porta, foi até o balcão e disse, com lábios tremendo: “Meu filho”. O atendente pediu para ela aguardar. Ela é mãe do menino de dez anos morto por policiais militares enquanto tentava fugir com um carro furtado de um condomínio da Vila Andrade, na zona sul, na quinta-feira (2). Segundo o boletim de ocorrência, o menino atirou contra os policiais.
Moradora de uma favela perto da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Campo Belo, na zona sul, a mãe questionava: “Como ele (o policial que deu um disparo na cabeça do menino) não viu que era uma criança, meu Deus? Ele não tem filho?”
A mãe contou que o filho morava com a avó paterna e que havia abandonado a escola neste ano.
— Ele estava andando muito na rua, mas não tinha arma. Quero que façam exame da digital na mão dele.
A mulher se referia ao exame residuográfico, capaz de detectar registros de pólvora e indicar se ele chegou a fazer disparos com revólver. Ela disse acreditar que os policiais tenham plantado a arma na criança.
Chorando muito, ela falou com jornalistas em espasmos de desabafo, enquanto aguardava a liberação do corpo. Ao ser informada de que a demora se devia ao fato de que o projétil que atingiu o garoto ainda estava sendo retirado, parou de falar, começou a derramar lágrimas e saiu para fumar.
O desespero da mãe era acompanhado da revolta dos familiares que a ajudavam. Um tio do menino, que não quis dar o nome, também falou.
— A gente sabe como é as coisas onde a gente mora. Todo mundo sabe. Todo mundo ali sabe que ninguém daria uma arma para um menino de dez anos. Tem consequência. Então, não tinha como ele ter uma arma.
O tio contou que o menino tinha uma caixa de engraxates e que, às vezes, ia até o aeroporto ver se conseguia algum dinheiro.
— Os meninos lá só querem ficar na lan house, por isso ele queria dinheiro.
Embora tenha reconhecido que o menino não estudava e vivia na rua, a mãe negou que ele já tivesse cometido crimes. Há, entretanto, dois boletins de ocorrência registrando furtos anteriores praticados pelo filho, em janeiro e em abril deste ano.
A mãe disse ainda que o pai da criança, de quem é separada, estava viajando — sem dar detalhes, disse que a família mantinha bom relacionamento.
Até o início da tarde desta sexta-feira (3), o corpo estava no IML. A família ainda não sabia onde seria o enterro.
Fonte: R7.com
Nenhum comentário