Juros médios do cartão de crédito subiram em maio
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Os juros médios do cartão de crédito subiram pelo 20º mês consecutivo em maio, chegando a 441,76% ao ano, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
O percentual é o maior dos últimos 11 anos e pode elevar uma dívida de R$ 1 mil para R$ 30 mil em dois anos de atraso. Mesmo assim, não é suficiente para acabar com o gosto dos brasileiros pelas compras parceladas. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 76,2% dos consumidores do País consideram o cartão de crédito algo positivo, apesar das taxas exorbitantes que já deixaram 38,7% desses entrevistados com o nome sujo. Os consumidores ouvidos pelo SPC explicaram que gostam do cartão pela possibilidade de adquirir bens de alto valor que são difíceis de serem pagos à vista (40%) e também pela segurança, já que, com ele, não é preciso carregar dinheiro ou cheque (22,2%). E é por isso que a maior parte deles usa o cartão (69,9%). Para especialistas, a visão positiva se justifica pela facilidade que o cartão proporciona. Eles avisam, no entanto, que esta comodidade pode se tornar algo prejudicial. Por isso, é preciso usar o cartão de forma consciente.
“O crédito é positivo para a economia porque entrega poder de compra para as famílias, permitindo o consumo. Isso movimenta o comércio, a indústria e a economia como um todo.
Porém, se for mal administrada, traz consequências desastrosas para o orçamento”, explicou o financista Arthur Lemos, da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
“Se o consumidor não controlar os gastos, pagar só o mínimo e não souber dos juros vira um fator negativo porque gera inadimplência”, completou a economista-chefe do SPC Brasil Marcela Kawauti, contando que a maior parte dos 59,2 milhão de brasileiros ficaram com o nome sujo por causa do cartão.
“Isto é reflexo da falta de educação financeira”, pontuou Lemos, balizado pelos números do SPC: 47% dos entrevistados não realizam um controle efetivo das compras, 16,1% costumam recorrer ao crédito rotativo, 54,7% não sabem o quanto de juro é cobrados quando há atraso no pagamento da fatura e 26,5% não analisaram as taxas e juros quando contrataram o cartão. “O percentual dos que sabem usar é muito baixo”, reconhece Kawauti, dizendo que, para não se endividar, é preciso saber quanto pode gastar e quanto está gastando, seja anotando as despesas ou acompanhando a fatura do cartão.
Juros
Foi justamente a inadimplência que fez os rotativos continuarem subindo. A taxa de 441,76% é a maior entre todas as modalidades de crédito e continua com tendência de alta para os próximos meses, segundo a Anefac. A associação, por sua vez, lembra que, além do mau uso do cartão, a crise econômica contribuiu para a alta do número de endividados.
“A inadimplência tem haver com a recessão que acentua a inflação e o desemprego, que corroem a renda das famílias, reduzindo a capacidade de as pessoas pagarem suas divididas e aumentando a inadimplência”, explicou Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac.
“Os rotativos não estão subindo por causa da taxa básica de juros, que está parada. Então, não é a captação dos bancos que está mais cara. É o risco de inadimplência que ainda é forte e faz os bancos elevarem os juros”, completou Kawauti, lembrando que, como não há fortes expectativas de quando a economia nacional vai melhorar, a inadimplência, a desconfiança dos bancos e, consequentemente, a taxa dos rotativos devem continuar crescendo nos próximos meses.
Fonte: Folha-PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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