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Estudante de escola pública cria cursinho gratuito para o Enem
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Força de vontade, interesse e criatividade. Condutas que podem transformar vidas. Principalmente as de quem não tem condições financeiras para mudar de situação. Assim agiu o estudante do Ensino Médio Pablo Gutemberg, 18, ao idealizar e realizar o projeto Estabanado Jamais, um curso preparatório para o ENEM, inteiramente gratuito, direcionado aos estudantes que não podem pagar por esse tipo de serviço.
O curso acontece aos sábados, das 13h às 17h, na Escola de Referência em Ensino Médio Integral Desembargador Renato Fonseca, no bairro de Jardim Brasil I, em Olinda. Todos os interessados, sem restrição de faixa etária, podem comparecer às aulas, que são lecionadas por voluntários.
De acordo com Pablo, o projeto, criado em 2014, tomou proporções inesperadas. “Começou tímido, mas graças ao meu pai, que me ajudou com a divulgação, já cresceu muito. Algumas aulas até estão sendo realizadas no auditório”, declarou ao comentar que já são cerca de 50 alunos e 10 voluntários.
Segundo ele, a ideia partiu da percepção de que os seus colegas do colégio nunca ingressavam na faculdade. “Após conversar com outros alunos, levei a ideia para a direção da escola, que cedeu o espaço para a gente. Vamos tentar alcançar o nível dos melhores preparatórios”, contou ao mencionar que quer cursar Direito.
Em virtude dessa iniciativa, muitos jovens já conseguiram ingressar na faculdade. É o caso do estudante Elvison Victor Ferreira, 25 anos, que agora faz Ciências da Computação na Faculdade de Tecnologia e Ciências de Pernambuco (Fatec), com uma bolsa integral do ProUni. Elvison concluiu o Ensino Médio em 2008, mas não conseguiu passar no vestibular. Ele parou de estudar por uns anos para trabalhar, até que conheceu o projeto e resolveu retomar os estudos. “Em 2014, realizei esse sonho. O curso me ajudou com minhas dificuldades em línguas e a ter disciplina. Pretendo me voluntariar e ajudar outras pessoas a se superarem também”, relatou com um sorriso de quem venceu na vida.
Segundo a voluntária e coordenadora do projeto Monique Marie de Andrade, 33, o preparatório também tira os adolescentes da situação de risco das ruas. “Eu não tive esse tipo de suporte na minha época. Estou aqui dando aulas de História e Geografia para contribuir com a minha comunidade”, disse ao destacar que, com muito orgulho, é ex-aluna da escola Renato Fonseca.
Para fazer parte do voluntariado basta ter experiência e boa vontade, de acordo com o pai de Pablo e organizador da iniciativa César Gomes, 47. “Necessitamos de apoio. Para cooperar tem que ter qualificação, mas não precisa ser professor”, afirmou. César só havia frequentado a escola até o primeiro grau. Agora, com o incentivo do filho, está tendo a oportunidade de reescrever a própria história. “Voltar a estudar não foi fácil. Eu vivia de dominó e cachaça”, desabafou.
Fonte: Folha-PE
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