Criadores de gado em alerta por tuberculose em PE
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O achado de duas carcaças de bovinos contaminadas com tuberculose, em Águas Belas, no Agreste do Estado, acende o sinal de alerta para os produtores que integram a bacia leiteira de Pernambuco. Causada por uma bactéria, a enfermidade traz sério risco à saúde dos bovinos e dos seres humanos, por ser de fácil transmissão. Sob o ponto de vista produtivo, o receio é que outros animais tenham sido contaminados e que, futuramente, a repercussão seja negativa para a fabricação do leite, que só agora está se reerguendo dos efeitos da seca.
Antes de 2012, quando a estiagem abateu o Estado, a produção local chegava a ser de dois milhões de litros por dia. Entre os anos de 2012 e 2013, esse desempenho caiu para 600 mil e, atualmente, voltou ao patamar de 1,8 milhão de litro/dia.
O professor de clínica médica dos ruminantes da UFRPE, Lúcio Melo, diz que, embora sempre haja registros dessas ocorrências em matadouros, não é comum achar granulomas (lesões características da tuberculose, que afetam, primeiramente, os pulmões), como o que aconteceu em Águas Belas. “Quando o diagnóstico é estabelecido, o médico veterinário deve notificar o Mapa (Ministério da Agricultura) e a Adagro (Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco), que, por sua vez, devem mandar profissionais para interditar a área”, explicou.
O especialista destacou ainda que, configurando a transmissão, o indicado seria não vender o leite produzido no local. Invisível a olho nu, a doença tem evolução lenta no animal, sendo o emagrecimento o principal sintoma.
Médica veterinária responsável pelo matadouro de Águas Belas, Edmácya Ubirajara disse que a Adagro já foi acionada para investigar os casos. Após a identificação, as duas carcaças foram incineradas. “Os casos nos trazem um alerta porque os animais vieram de municípios próximos, Itaiba e Iati”, afirmou.
Gerente geral da Adagro, Erivânia Camelo esclareceu que, dificilmente, um ser humano pegaria a doença caso consumisse a carne. “A bactéria seria destruída durante o cozimento. O problema seria se, ao manusear, a pessoa tivesse com alguma lesão na mão, havendo contato direto com a bactéria. Contudo, é raro”. Erivânia disse que as fêmeas são as mais sensíveis à doença, pois como produzem bastante leite, sua imunidade é baixa e serve como porta de entrada para a doença. Sem vacina, o Estado realiza estudo para saber a prevalência da tuberculose em Pernambuco.
O presidente da Sociedade dos Criadores do Estado, Emanoel Rocha, diz que existe uma preocupação com o alastramento da tuberculose. “Mesmo não contaminando o plantel todo, afeta a produtividade porque os animais emagrecem e morrem”, frisa. Procurado, o Ministério da Agricultura não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Fonte: Folha-PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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