Amigo diz que jovem morto pelo pai era da ‘linha de frente’ de ocupações
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Amigos do estudante de matemática Guilherme Silva Neto, de 20 anos, que foi morto pelo pai, dizem que ele é símbolo da luta de movimentos sociais e da resistência contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos. O crime aconteceu após uma briga relacionada ao envolvimento do rapaz com a ocupação de unidades de ensino em Goiânia. Após atirar contra o filho, o engenheiro civil Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos, cometeu suicídio.
“Ele era uma das pessoas mais combativas, da linha de frente. Apesar de ter uma família reacionária, ele sempre defendeu seus ideais. Ele é um símbolo da resistência contra a precarização da educação. Ele morreu defendendo o que acreditava, morreu pela luta”, disse ao G1 um estudante de filosofia, de 19 anos, que era amigo de Guilherme.
O amigo da vítima estava entre os estudantes que ocupavam prédios da Universidade Federal de Goiás e que organizaram, na sexta-feira (18), um ato em homenagem a Guilherme e contra a PEC. Em um ponto do protesto, eles fizeram um minuto de silêncio e, em seguida, deram uma salva de palmas: “Guilherme, orgulho de você. Você fez parte da maior ocupação da UFG”.
Dois dias antes, na quarta-feira, também ocorreram homenagens ao rapaz durante outro protesto. Em uma das paredes da UFG foi pichada a frase: “Guilherme eterno. Lutar sempre, desistir jamais!”.
Outro amigo da vítima, Gabriel Soares relata que Guilherme fazia desabafos sobre os problemas que tinha em casa. “Ele contava sobre os abusos psicológicos que o pai dele fazia. Ele xingava bastante o Guilherme. O pai não sabia aceitar o posicionamento dele”, declarou.
Parentes do estudante de matemática também dizem que Alexandre não concordava com o comportamento e o modo de ser do filho, considerado “alternativo e revolucionário”. Segundo uma tia, que preferiu não ser identificada, Guilherme “queria mudar o mundo”. Ele desejava “ser diferente, mas o pai não aceitava”.
Em uma conta nas redes sociais, Guilherme demonstrava interesse em assuntos ligados a questões sociais e política. Além disso, ele também participava de comunidades de assuntos como o fim da cultura do estupro, legalização do aborto e se posicionava contra a gestão de Organizações Sociais (OSs) na Educação.
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