De acordo com Carlos Zampier, ele foi acordado com um telefonema da cunhada que estava “desesperada”. “Eles tinham combinado de se falar quando ele chegasse lá na Colômbia, então automaticamente fui ver na internet, liguei a televisão e falei ‘Ai meu deus do Céu’. Liguei pro meu outro irmão e pedi que fosse acordar, gentilmente, meu pai e minha mãe, que são senhores de idade, e aí ficamos acompanhando as notícias”, disse Carlos Zampier.

O irmão do zagueiro, que mora na Região Metropolitana do Rio, disse que ao ver as imagens que passavam na televisão de uma maca com um sobrevivente teve a impressão de ter visto disse “eu acho que ele está vivo”.

“Quando a gente viu passar uma maca num dos vídeos que passaram do hospital, nós achamos uma pessoa que passou muito parecida com ele. Automaticamente, eu liguei pra minha cunhada e falei: ‘Eu acho que ele está vivo, porque está muito desencontrada as informações. Bota na TV que você vai ver’”, disse Carlos.

Ainda de acordo com Carlos, o irmão esperava muito por esse momento. “Ele acabou de ser campeão catarinense, foi eleito um dos melhores zagueiros, do Chapecoense, do campeonato. Fez um Campeonato Brasileiro bom, vem de uma lesão seríssima, ele colocou uma haste de titânio no pescoço. Pra você ter noção da luta que esse rapaz se propôs em prol da alegria de uma torcida. Quem não gosta da Chapecoense? A Chapecoense é o América do Rio de Janeiro, é o segundo time de todo o brasileiro. Infelizmente, acontece uma tragédia dessa. Todo mundo no clima desse jogo da final, campeão da Libertadores”, relatou o irmão do zagueiro.

Zagueiro gravou vídeo antes de embarcar em avião que caiu na Colômbia.

Em sua página em uma rede social, um outro irmão de Neto agradece por ele ter sobrevivido ao acidente que matou 76 pessoas e deixou cinco feridas. “Deus é bom demaaaaaaaaaais!!!! Ele está vivooooooooooooo!!!!!!!”, disse Leonardo Zampier em sua postagem.

Jornalistas e jogadores do Rio estão entre as vítimas fatais
O avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, levava a bordo 21 profissionais de imprensa que iriam cobrir a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, de Medellín, na noite de quarta-feira. Entre eles, três funcionários da TV Globo no Rio de Janeiro morreram: o repórter Guilherme Marques, o produtor Guilherme Van der Laars e o repórter cinematográfico Ari de Araújo Junior.

Além dos jornalistas e do zagueiro Hélio Hermito Zampier Neto, de 31 anos, que foi resgatado com vida , pelo menos seis jogadores que morreram nessa tragédia tinham uma relação com Rio. São pessoas que nasceram em cidades do estado ou jogaram em times fluminenses.

O atacante Bruno Rangel, de 34 anos, nasceu em Campos dos Goytacazes e é o caçula de 11 filhos. Bruno é o maior artilheiro da história da Chapecoense, com 77 gols – e considerado um herói em Campos. O jogador começou a carreira no Goytacaz. No estado do Rio, passou ainda pelo Americano, também em Campos, pelo Boavista, em Saquarema e pelo Macaé.

Um dos jogadores mais jovens da Chapecoense, Tiaguinho, de 22 anos, nasceu em Trajano de Moraes, no interior do estado. Atualmente, a família do atacante mora em Bom Jardim.

Também viajavam pra medellin outros jogadores conhecidos dos cariocas: Cléber Santana, de 35 anos, jogou no Flamengo, em 2012. Marcelo Augusto, de 25 anos, começou no Volta Redonda, em 2013, e passou pelo Flamengo antes de ser contratado pela Chapecoense. Arthur Maia, de 24 anos, também jogou no Flamengo. Filipe Machado, 32 anos, passou pelo Macaé onde foi capitão do time em diversos jogos.

Entre as outras vítimas do acidente, estava o técnico da Chapecoense, Caio Junior, que passou pelo Flamengo e pelo Botafogo.

Fonte: G1