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Menina petrolinense adotada por enfermeira reforça sucesso de projeto do TJPE
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Uma foto de Ana Beatriz, de 7 anos, chamou a atenção da enfermeira Tatiane Almeida, que buscava adotar uma criança. O post da ferramenta do ‘Busca Ativa’ trazia a imagem da menina com um texto afirmando que ela tinha sofrido violência doméstica e, por isso, apresentava sequelas motoras, na fala e cognitivas, mas era uma guerreira e vinha melhorando gradativamente. “Apesar de tanto sofrimento, ela tinha o sorriso mais lindo. Então, eu dizia para ela na foto: Você encontrou sua família. Mamãe vai te buscar, espera só mais um pouquinho. Viajamos dois mil quilômetros para buscá-la num abrigo em Petrolina. Tinha certeza de que era nossa filha”, revela Tatiane.
Tatiane estava inserida no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) há nove meses. Morando em São Paulo junto com a companheira, a técnica de Enfermagem Lucy Castro, ela havia definido o perfil almejado: uma menina de até 7 anos, sem muitas restrições em relação a doenças, a deficiências físicas ou neurológicas e sem opção por etnia. “Optamos por uma menina porque nosso filho mais velho, adotado em 2006, e hoje com 10 anos, queria uma irmã. Falamos com a assistente social e a psicóloga nos encontros de pretendentes à adoção que a nossa filha podia ter qualquer tipo de condição física ou psicológica, mas que nos permitisse continuar trabalhando. A nossa filha se encaixava nesse perfil”, afirma. Ana Beatriz estava destituída do poder familiar há quatro anos e aguardava adoção.
Há três meses e meio, Ana Beatriz se mudou de Petrolina para a casa de Tatiane e Lucy, em São Paulo. Elas estão no período do estágio de convivência, etapa que precede a sentença da adoção. Na nova casa, ela mostra evoluções na redução das sequelas deixadas por um passado triste e violento.
A rotina intensa de recuperação inclui sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, aulas de natação, consultas médicas e aulas extras em uma sala multifuncional na escola. “Ela tem evoluído muito. Já está andando. No abrigo, ficava só na cadeira de rodas. A fala melhorou também. Todos ficam impressionados com a evolução dela, médicos, profissionais e amigos. Na verdade, é uma menina muito guerreira e tem uma força de vontade incrível. Cada progresso é uma grande vitória“, afirma.
Para Tatiane, parece que Ana Beatriz sempre fez parte da família. “Não consigo imaginar que faz tão pouco tempo que chegou. Dorme e se alimenta bem, é muito afetiva, sempre feliz, saudável, brinca e implica com o irmão, faz artes, uma vida normal de criança. O irmão Vinícius é muito apegado a ela e ajuda bastante. Inventa brincadeiras para que ela possa participar. Embora Ana tenha muita dificuldade na fala, tenho certeza que nos reconhece como sua família pelo carinho que demonstra no olhar e nos gestos. Apesar de ter sido bem tratada no abrigo, acho que o afeto, o amor e a sensação de fazer parte de uma família é insubstituível. Hoje percebo ela mais segura e confiante“, revela.
Ainda segundo Tatiane, os maiores desafios da adoção são a ansiedade, a insegurança, o processo, a espera e o receio de não dar conta da criação. “Acho que são coisas comuns não só à adoção, mas à maternidade biológica. Já a maior alegria é ser mãe, é encontrar seu filho e perceber que ele tinha que ser seu, que sempre te pertenceu. Ver sua família crescer. Só quem já experimentou entende essa ligação tão forte com os filhos”, avalia. Ao olhar para Bia, como é chamada pelos mais próximos, Tatiane diz que o que sente. “Para mim é a menina mais especial que existe, pois todas as sequelas que ela tem foram fruto de violência, mas ela segue sendo uma criança feliz, de bem com a vida, alto astral. Aprendo com ela todos os dias”, confessa.
Para a secretária executiva da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja/PE), juíza Hélia Viegas, o desenvolvimento do Projeto Família, por meio do qual crianças e adolescentes sem pretendentes no CNA podem ser visto.
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