Gonzaga Patriota fala sobre interligação do Rio Tocantins com o São Francisco em Audiência Pública, em Petrolina
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) apresenta, durante Audiência Pública em 30 de junho, na Câmara de Vereadores de Petrolina (PE), os detalhes do projeto de revitalização do Rio São Francisco a partir das águas do Rio Tocantins. O evento, convocado pelos vereadores Ronaldo Cancão (PTB) e Osinaldo Souza (PTB), terá início às 9h e deverá reunir diversas lideranças políticas e da sociedade civil, para tratar dos problemas enfrentados pelo Rio São Francisco.
Já aprovado pelo Ministério da Integração Nacional, o Projeto de Lei n° 6.569/13 compensa o suprimento hídrico do Velho Chico, melhora o volume de água no Lago do Sobradinho, aumenta a disponibilidade aquática no semiárido e vai gerar energia a partir da queda d’água na divisa de Tocantins com a Bahia.
De acordo com a proposta de Patriota, a captação será feita diretamente do Rio Tocantins, depois pelo Rio do Sono, terá transposição pela Lagoa Três Rios(TO), destinando-se ao Rio São Francisco pelo Rio Sapão (BA) e, depois, pelo Rio Preto.
“Queremos discutir a importância dessa obra para que possamos, de fato, salvar o Velho Chico. Nos últimos dias, vimos a Agência Nacional das Águas (ANA) restringir o uso da água às quartas-feiras, até novembro, quando inicia o período de chuvas. A verdade é que Sobradinho pode chegar ao volume morto já em agosto e, já não poderemos gerar energia. A situação está chegando em níveis críticos e já não podemos contar com um milagre. É preciso agir”, declarou Gonzaga.
Atualmente chega ao lago um volume médio de 500 metros cúbicos de água por segundo e sai pelos vertedouros 600 m³/s (metros cúbicos por segundo), gerando um déficit de 100 m³ de água a cada segundo. No último dia 11 o lago estava com 12,92% do seu volume útil. Na terça-feira passada esse volume tinha caído para 12,86%. No mesmo período do ano passado o Lago de Sobradinho estava com 22,70% do seu volume útil de água.
A quantidade de chuvas é cada vez menor. Entre os estados da Bahia e de Pernambuco, a média de chuva gira em torno de 500 milímetros. Em 2017 foram somente 140 milímetros. A estação regular das águas na região terminou em maio e só deve recomeçar no final do ano. Como a caatinga não se regenerou totalmente, os criadores vão ter dificuldade para alimentar seus rebanhos.
O PROJETO
Em 5 de junho, o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, acompanhado de sua equipe técnica, apresentou ao deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) o Projeto de Viabilidade de Revitalização do Rio São Francisco, elaborado pela empresa EngeSoft Engenharia, nos parâmetros do Projeto de Lei nº 6569/88, de autoria do deputado socialista.
“Estou confiante que, após a aprovação deste Projeto de Lei que dormia há 20 anos na Câmara dos Deputados; com a apresentação deste Projeto de Engenharia; com os recursos alocados no Orçamento Geral da União, no valor de R$ 600 milhões e, ainda, o estado de emergência porque passa o Rio São Francisco (Sobradinho, o maior lago artificial do mundo, com apenas 12% de sua capacidade), não tem mais como esperar. Agora, resta-nos ouvir atenciosamente os ambientalistas; bem como, aguardar os estudos ambientais recomendados pelo ministro Hélder Barbalho, ao Ministério do Meio Ambiente, para começar as obras”, celebrou Patriota.
O percurso da obra exposto pelo ministro Hélder Barbalho, coincide com o apresentado por Patriota, em seu projeto de lei. “O trecho mais oneroso dessa transposição está no Estado de Tocantins, pois haverá necessidade da construção desses canais e elevatórias, para conduzir a água até transpor a Serra Geral de Goiás, na divisa do Estado de Tocantins, com a Bahia”, explicou o deputado. Para mais informações, acesse: http://bit.ly/InterligacaoTocantinsSaoFrancisco.
Prezado Deputado Gonzaga Patriota:
Estou entusiasmado com seu projeto de transferência de águas do Rio Tocantins para o Rio São Francisco, que começará com a inversão de fluxo do Rio do Sono.
Estou vendo no mapa que o Rio do Sono tem um afluente importante, o Rio Perdida, que passará também à bacia do Rio São Francisco. Desse modo, durante o período de cheia na região, Sobradinho receberá um aporte extra de água.
Esse tipo de inversão de fluxo já foi realizado no Brasil. Entre o final da década de 1950 e o início dos anos 1960, estava sendo construída a Represa de Furnas sobre o Rio Grande, afluente do Rio Paraná. Quando as comportas da usina hidrelétrica fossem fechadas, o nível da água da represa ultrapassaria o topo do divisor de águas com a bacia do rio São Francisco, conectando as duas bacias hidrográficas, inundando a cidade de Capitólio e jamais enchendo o reservatório de Furnas. Para solucionar esses problemas, foi projetada a construção de um dique para conter as águas da represa de Furnas, dique esse que passaria a funcionar como divisor de águas entre as bacias dos rios Grande e São Francisco.
Ocorre que, impedidas de continuar seu trajeto em direção ao rio Grande, as águas do rio Piumhi formariam uma represa, inundando a cidade de Capitólio, que se situa em cota topográfica inferior à da nascente do rio Piumhi.
Para solucionar tal problema, foi construído um canal com aproximadamente 18 km de extensão até alcançar o córrego Água Limpa, que desemboca no ribeirão Sujo, afluente da margem direita do Rio São Francisco. Dessa forma, o rio Piumhi, com todos os seus 22 afluentes perenes, passou a pertencer à bacia do Velho Chico. Em seu antigo leito, formou-se um conjunto de lagos, que hoje é atração turística do município de Capitólio.