Construção civil enfrenta falta de mão-de-obra em Pernambuco
Em Pernambuco, a falta de mão de obra tem preocupado a indústria da construção civil. O setor está em expansão, mas as construtoras não conseguem contratar um número suficiente de pedreiros e serventes para atender às necessidades do mercado. Algumas empresas investem na formação de profissionais, promovendo cursos de capacitação.
Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre os empresários que encontram dificuldades com contratações, 94% não conseguem trabalhadores de nível básico, como pedreiros e serventes. Pernambuco está com muitos operários nos canteiros de obras – como nunca se viu em sua história. Em análise feita nos últimos cinco anos, os números impressionam. Em 2006, trabalharam na área da construção civil do estado 36,8 mil pessoas. No ano passado, até o mês de novembro, já haviam passado 125,4 mil trabalhadores pelo setor.
Apesar desse crescimento, o número de profissionais ainda não é suficiente para atender à necessidade do mercado. Para os especialistas, é um reflexo do aquecimento da economia aqui do estado. Em um prédio de 32 andares que está sendo construído no Grande Recife, por exemplo, a previsão de entrega é o próximo mês de agosto. Para conseguir cumprir o prazo, a construtora está correndo atrás de pedreiros. “No momento, contamos com 15 pedreiros, mas o ideal seria que a gente tivesse mais cinco para atender ao cronograma”, afirmou o supervisor de obras, Ivan Moreira.
Para não atrasar as obras dos 20 prédios em construção, uma empresa investiu na terceirização de serviços e em tecnologia. A máquina que mistura a argamassa para o contrapiso faz o trabalho de até oito pedreiros. Mas a construtora se ressente da falta de profissionais e publicou anúncios com oferta de vagas de trabalho. “A gente tá colocando anúncios específicos, principalmente para pedreiros de fachada. Esse profissional está em escassez”, destacou o diretor da construtora, Sérgio Arruda.
As empresas também têm dificuldades em encontrar profissionais experientes. “Esse pessoal tem o curso e a capacitação, mas ainda não tem a experiência acumulada de outros profissionais da área. Há pessoas capacitadas, mas elas não têm o mesmo nível de produção e de qualidade de acabamento de produção dos que já militam na área há mais tempo”, explicou o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil de Pernambuco (SindusCon), José Antônio de Lucas Simón.
Por conta disso, as próprias construtoras estão treinando os funcionários para trabalhar como pedreiros. José Cícero começou a trabalhar em uma empresa como servente e foi capacitado pelos engenheiros. Há oito meses, ele foi promovido a pedreiro. “O salário melhorou muito, agora a situação está bem melhor. Vai dar para ajudar a reformar a minha casa”, diz Cícero.
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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