Argentina vai estudar novos controles sobre importações brasileiras
A secretária de Comércio Exterior da Argentina, Beatriz Paglieri, se reunirá nesta segunda-feira (6) com sua colega brasileira, Tatiana Prazeres, para analisar o impacto dos novos controles às importações impostos por Buenos Aires no comércio bilateral, confirmaram neste domingo (5) fontes oficiais.
Segundo o site oficial do governo argentino, a reunião será realizada em Buenos Aires e as secretárias analisarão os alcances do sistema de declaração antecipada das importações, que entrou em vigor na Argentina no último dia 1º.
O novo regime exige que aqueles que desejam exportar bens de consumo para a Argentina apresentem uma declaração antecipada de importação, que será analisada por diferentes organismos estatais que validarão a operação em um prazo de três a dez dias.
Leia mais notícias do R7
Em janeiro, ao anunciar a implementação deste regime, o governo argentino argumentou que, em um contexto de crise global, sua prioridade é manter este ano um superávit comercial de US$ 10 bilhões mediante políticas de acompanhamento das importações e incentivos à produção nacional.
A medida despertou polêmicas entre os parceiros da Argentina no Mercosul, tanto entre representantes governamentais como em dirigentes industriais do Brasil, Paraguai e Uruguai.
Por esta razão, na última quinta-feira (2), o presidente da Fiesp (Federação de Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf, viajou a Buenos Aires para se reunir com autoridades argentinas e analisar o impacto que a medida poderia ter nas exportações brasileiras.
A Fiesp, maior empregadora do Brasil, argumenta que a declaração antecipada de importações pode afetar 74% dos produtos que o Brasil exporta para a Argentina.
– A Argentina é um importante parceiro comercial e vizinho, com o qual é preciso buscar soluções amigáveis e criativas.
Na última quarta-feira (1º), Tatiana Prazeres admitiu que o Governo Federal acompanha com preocupação o assunto e se mantém em contato permanente com o setor privado, a fim de estabelecer o impacto real dessas novas medidas.
Neste contexto, o governo de Cristina Kirchner insiste na necessidade de equilibrar suas trocas deficitárias com o Brasil, seu maior parceiro comercial.
Segundo dados do Ministério de Indústria argentino, em 2011 o déficit no comércio com o Brasil foi de US$ 5,8 bilhões.
De acordo com a Argentina, foi detectado um universo de 436 itens tarifários de manufaturas de origem industrial que o Brasil importa do mundo todo por US$ 37 bilhões, dos quais apenas US$ 6,1 bilhões são importados de seu país. Por isso, considera que existe um potencial de US$ 31 bilhões de compras que o Brasil poderia fazer na Argentina.
Fonte: EFE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Nenhum comentário