Pernambucano é destaque nacional na luta olímpica
Apesar de ser uma modalidade pouco difundida e praticada no Brasil, a luta olímpica também tem adeptos em Pernambuco. O lutador pernambucano Keydson Koury, 26 anos, é um dos poucos que ainda têm gás para lutar contra a falta de patrocínio e investimentos no esporte e vem representando o Estado nos principais campeonatos nacionais durante os últimos anos.
Nas duas últimas edições do Campeonato Brasileiro, ele voltou para casa com duas medalhas de prata, superando oponentes dos melhores centros de treinamento do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo.
A luta olímpica, uma das práticas esportivas mais antigas no mundo, é composta por duas modalidades: a luta greco-romana, onde golpes abaixo da cintura são proibidos – assim como utilizar membros inferiores para ataque ou defesa – e somente homens participam; e o estilo livre, que conta com a presença de disputas masculinas e femininas e permite o uso de todos os membros do corpo para desequilibrar o oponente.
Keydson pratica as duas. Na verdade, como quase todo lutador, já passou por vários estilos. Sua estreia foi com a capoeira, aos 16 anos, chegando a praticar também jiu-jítsu e judô.
“Nunca treinei especificamente para a greco-romana. Passei por outras modalidades e, nos últimos oito anos, venho treinando o que chamamos de luta corporal brasileira, uma espécie de confronto tradicional, que, ao contrário da luta olímpica, permite que façamos uso de golpes diretos e torções, por exemplo”, contou o lutador, lembrando que, no estilo grego, o objetivo é se utilizar do peso do corpo e da força para derrubar o adversário.
Este ano, na disputa nacional, no Rio de Janeiro, Keydson ficou atrás apenas do mineiro Rafael Sales, no estilo greco-romano, na categoria até 55 kg. Mesmo assim, o resultado não foi suficiente para garanti-lo na seleção brasileira, pois apenas o campeão conseguiria o acesso. Era a oportunidade de o pernambucano brigar por uma vaga nas Olimpíadas deste ano, em Londres.
“Eu cheguei perto de novo, mas ano que vem tem mais. O segredo é não desistir e, quem sabe em 2013, consigo subir uma posição e mirar mais alto, nos Jogos de 2016, no Brasil”, disse.
Enquanto a classificação não chega, o pernambucano procura investir também na carreira de técnico. Para isso, faz parte do Curso de Formação de Treinadores de Luta Olímpica, iniciativa da Confederação Brasileira da modalidade. O lutador, que atua como instrutor de atletas mais jovens, vê nas aulas uma forma de promover o esporte.
“Meu objetivo é ajudar a divulgar a modalidade e fazer com que ela cresça no Estado. Talvez com o tempo ganhemos maior visibilidade, patrocínios, e possamos conseguir resultados mais expressivos a nível nacional. Sei que Pernambuco tem meninos muito bons, que poderiam fazer bonito nas competições, mas é difícil sem ajuda”, lamentou o lutador, que, nas participações passadas, arcou com os próprios gastos para viajar e se manter no local da disputa.
Mesmo com todo o esforço, Keydson não se arrepende da escolha de lutar pelo crescimento da modalidade. Sem conseguir se manter apenas com o esporte, quando não está sobre o tatame, o pernambucano garante seu sustento trabalhando como sushiman e alterna seus horários entre as duas ocupações.
“Não me arrependo de nada. Hoje sou o que sou por conta da luta. Tudo o que tenho e aprendi, a minha base, veio do esporte. Talvez, sem essa oportunidade de ser um atleta, eu estivesse como muitos da minha localidade, traficando, cometendo crimes e fazendo coisas erradas”, disse.
Fonte: Jornal do Commercio
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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