Após sofrer uma derrota na Câmara de Vereadores, no último dia 3, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), articula uma manobra para garantir a aprovação do projeto que permitirá a venda do Estádio Municipal Paulo Coelho. Fontes extraoficiais informaram à Folha de Pernambuco que a intenção é garantir o apoio da maioria dos parlamentares, mesmo que, na votação passada, o placar tenha sido de 7 a 6 contra a negociação do imóvel. Para que o projeto voltasse a tramitar no Legislativo, seria necessário o mínimo de oito assinaturas pedindo a reavaliação. O objetivo do prefeito é vender o estádio e construir uma arena para receber alguma seleção que venha a Pernambuco disputar a Copa de 2014.

A reportagem procurou a presidente da Câmara, a vereadora Maria Elena Alencar, para confirmar se há ou não a movimentação, mas não conseguiu contato até o fechamento da edição. A grande polêmica gira em torno da real necessidade da construção de uma arena e como os recursos da venda do estádio seriam utilizados para custear o empreendimento.

Segundo o deputado estadual e pré-candidato a prefeito pelo PT, Odacy Amorim, o Estádio Paulo Coelho foi adquirido pela Prefeitura na gestão do ex-prefeito Fernando Bezerra Coelho (PSB), atualmente ministro da Integração Nacional, por R$ 1 milhão – antes de ser municipal, o estádio era da Associação Rural de Petrolina. Hoje, no entanto, com o boom da construção civil vivenciado no município, a terreno estaria avaliado em mais de R$ 30 milhões.

“No ano passado, fiz um discurso na Assembleia Legislativa pedindo ao Governo do Estado que avaliasse Petrolina como possível cidade para receber delegações da Copa do Mundo, mas o secretário da pasta em exercício afirmou que o município não havia demonstrado interesse”, afirmou.

O petista ressalvou que não é contra a construção da arena, mas que a proposta precisa ser mais bem esclarecida com a sociedade. “Se eu for eleito, meu projeto é construir uma arena para a cidade, sem precisar vender o estádio. Minha ideia é revitalizá-lo para que passe a abrigar as diversas modalidades de esporte amador”, acrescentou Odacy .

Os vereadores que rejeitaram a proposta apontam a ausência de informações sobre a viabilidade do projeto enviado, pois ele não explicava com clareza de onde viriam os recursos, onde seria construída a nova arena e como seria o projeto de execução. “Várias perguntas ficaram sem resposta e um projeto dessa magnitude precisa ser tratado com critério e seriedade, principalmente, porque envolve um patrimônio público bastante caro ao petrolinense, por fazer parte da história da nossa cidade. Se ele está hoje subutilizado, pode-se fazer uma reforma nele”, afirmou a vereadora Márcia Cavalcante (PSD).

O treinador da equipe de juniores do Petrolina, Diego Grazianno, afirmou ter concordado com a rejeição da proposta, porque o Estádio Paulo Coelho deveria ser reformado e não vendido para ser construído um novo em outro lugar. “Já não vem ninguém para cá, imagina se for construída uma arena perto do Aeroporto?”, questionou. Já o jogador Fabrício Alves, de 18 anos, disse que o estádio, antes de tudo, tem uma história. “Vários times de peso passaram por aqui, como Vasco, Botafogo e Flamengo. Além disso, os torcedores têm sua história de vida muito ligada ao estádio. Então por que não reformar, em vez de construir outro?”, questionou.

Fonte: FolhaPE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)