A dura realidade de quem mora na rua
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Em um momento econômico cada vez mais positivo para o nosso Estado, com altos índices de desenvolvimento, muitas vezes algumas cenas do cotidiano passam despercebidas nas vistas de grande parte da população. Pessoas que vivem pelas ruas compõem um cenário predominante em, praticamente, todas as capitais do País. O caso do jovem morador de rua que foi queimado vivo, em pleno Domingo de Páscoa, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, atenta para uma realidade alarmante. Em uma breve caminhada pelas ruas do Recife, a equipe de reportagem da Folha de Pernambuco pode observar vários moradores de rua, dos mais variados estilos e motivos para viver dessa forma.
Há quatro anos na rua e tudo porque a família não aceitou o seu envolvimento com as drogas, mais especificamente, o crack. Sendo assim, deixou os três filhos com a mãe e, desde então, passou a viver pelas ruas do Recife. Este é o caso de uma mulher de 30 anos, que preferiu não divulgar o seu nome. “Comecei a usar drogas e, por isso, briguei com a minha família. Para evitar mais confusão, fui viver na rua, deixando os meus três filhos sob os cuidados da minha mãe”, revela. Ela se encontrava no Parque Treze de Maio, na manhã de ontem, com o seu companheiro.
O homem, que também preferiu não ter a sua identidade revelada, contou que há dois anos vive nas ruas. Segundo ele, toda sua família mora em São Paulo e o que o levou a viver pelas ruas foi um homicídio. “Era matar ou morrer. Um cara se juntou com outras pessoas para me matar e eu tive que me defender. Agora, se eu voltar para casa, os familiares dele querem me pegar, por isso, vivo nas ruas”, conta, sem divulgar maiores informações sobre o caso.
O fato é que todos eles pediram para não ser feito nenhum registro fotográfico. Seja por medo de punições judiciárias, vergonha ou qualquer outro motivo, o curioso é que todos os moradores de rua que tiveram contato com a equipe da Folha pediram para ter a sua identidade mantida em sigilo, reforçando ainda mais a ideia de inexistência no quesito social. Esta é a condição de sub-existência daqueles que têm na rua a sua morada.
Uma política de assistência social é realizada pela Prefeitura do Recife através do Instituto de Assistência Social e Cidadania (IASC), que faz um trabalho em situação de rua. O foco do trabalho são as pessoas que tem os vínculos familiares rompidos. Ao todo, 60 pessoas são envolvidas nesse trabalho de abordagem social, que pretende realizar o encaminhamento para resolução dos casos específicos, drogas é um deles. De acordo com a secretária de Assistência Social do Recife, Niedja Queiroz, a resposta desse trabalho está sendo muito positiva, acarretando, inclusive, em uma procura espontânea por parte das pessoas que vivem nas ruas.
Para isso, mais Centros de Referência de População em Situação de Rua estão sendo abertos. “Além dessa demanda espontânea, estamos com ações específicas em pontes, praças e viadutos para realização de um trabalho mais efetivo”, observa.
Dados iniciais apontam que 50% dos casos tratados são de pessoas envolvidas com drogas. “A maioria são de usuários, até porque, sem o uso das drogas muitas delas não aguentariam, devido ao frio e a fome”, revela. Ainda segundo a secretária, foi observado que muitos casos são de pessoas que tem família. “Oitenta por cento dos casos atendidos são de pessoas que têm família, o que acarreta em o outro lado do trabalho da assistência social, que é o de realizar a aproximação das vítimas com os seus familiares”.
Fonte: Folha PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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