‘Fica o trauma’, diz aluna em protesto contra empresa que não fez baile
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Pais e formandos prejudicados por bailes de formatura não realizados neste fim de semana em São Paulo exigem ressarcimento do dinheiro e não escondem a frustração com o que classificam como um golpe. A Polícia Civil investiga se os responsáveis pela Lillitty Eventos cometeram estelionato. O Procon informou que vai notificar a empresa.
O problema afetou estudantes de escolas da Zona Leste de São Paulo, Guarulhos e cidades do ABC. A polícia estima que 15 escolas e até 5 mil pessoas possam ter sido lesadas. No sábado (14), bailes de formatura que deveriam ter sido organizados pela empresa em ao menos três endereços não foram realizados.
Nesta manhã, fizeram um protesto em frente à sede da empresa no Jardim Limoeiro, região de São Miguel Paulista, na Zona Leste. O G1 busca contato com os representantes da empresa desde domingo (15), mas não obteve retorno.
“Foi uma decepção muito grande. Meus pais e os pais dos formandos sonharam ver os filhos se formando e participar do baile de formatura. Aí vem umas pessoas dessas que oferecem um serviço que não é cumprido e faz uma cachorrada”, disse a formanda Gabriela Mirando de Souza, de 17 anos, aluna da Escola Estadual Jardim Beatriz, na Vila Progresso. “Eu não gostaria de uma nova festa. O que eu desejo é ressarcimento do que eu e minha família gastamos e também queria deixar um aviso para todos não caírem mais nessa”, disse.
A mãe de Gabriela, a empregada doméstica Marivalda Pereira Miranda de Souza, de 41 anos, lamentou o ocorrido. “A gente paga caro para ficar no vento, e esses ordinários abusando de tanta gente. Eles se dizem profissionais da área de eventos, mas parecem ser profissionais da área de lesar pessoas. Desejo que eles devolvam o dinheiro que gastei. Foi mais de R$ 2 mil”, comentou.
A desempregada de 36 anos Vandecler Rosa dos Anjos Ferreira, mãe do formando Caio dos Anjos Morais, de 17 anos, também reclamou do dinheiro gasto em vão. “A gente pagou para essa formatura ser realizada no dia 31 de março, mas os organizadores nos chamaram dias antes para dizer que a festa teria de ser adiada para 14 de abril porque ocorreu um imprevisto: o salão seria alugado para um show do cantor Luan Santana”, comenta.
“E agora, quando estávamos nos preparando para ir para a festa no sábado, fomos pegos de surpresa com o cadeado no portão e a informação de que não teria mais festa. Eu estou desempregada, mas paguei R$ 700 para que meu filho tivesse esse baile de formatura”, disse.
estudante da Escola Estadual Tito Ferreira
Já Juliana Silva Borges, estudante de 17 anos da Escola Estadual Tito Ferreira, lamentava enquanto segurava seu vestido em frente à delegacia nesta segunda. “A gente espera muitos anos para ter essa alegria para gente e para os nossos pais, e acontece isso de batermos com a porta na cara. Não teve o baile e eu me preparei toda no dia. Fiz cabelo, unha, maquiagem, aluguei um vestido que vou ter devolver agora”.
A formanda de 18 anos Thaís Xavier, da Escola Estadual Jardim Beatriz, afirmou que a dor é maior ainda por conta de sua avó, que teve que sair da Bahia de ônibus só para o baile de formatura, mas agora terá que voltar para a lá sem as fotos que pretendia mostrar aos outros parentes. “Além da despesa financeira, fica o trauma pelo fato de que a gente não quer mais outra festa e eu não vou ter esse momento guardado com alegria. As fotos que mostro o vestido não consigo sorrir, pois estou aqui na frente de uma delegacia para registrar queixa”, disse.
Os gêmeos César Augusto e Pedro Henrique Duarte Valente, de 17 anos, são alunos da escola particular Colégio Miguel, no Parque Guarani, e passaram pelo mesmo problema. Eles disseram que gostaram R$ 2 mil somente com o baile e que também lamentam porque um primo deles veio com a mulher e com o filho pequeno do Canadá por conta do baile. Agora, terão que voltar sem a festa. Eles estavam acompanhados do colega Jhonatan Oliveira Sobreira, de 17 anos, no protesto na delegacia.
Investigação
O delegado titular do 63° Distrito Policial, Marcel Druziani, disse já ter ouvido um representante da Lillitty, que não esclareceu o ocorrido. A polícia ainda não tem o número exato de pessoas lesadas e o tamanho do prejuízo. Segundo o SPTV, a empresa já é suspeita de ter lesado alunos em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo.
“Recebi informações de que pelo menos 15 escolas e mais de 5 mil pessoas, entre formandos e convidados, foram lesados”, comentou. “Conversei informalmente com as vítimas e soube de caso de pessoas que gastaram quase R$ 2 mil entre convites e aluguéis de roupas”, afirma Druziani.
De acordo com o delegado, a dona da empresa e o representante estão sendo investigados por suspeita de estelionato. “Havia um contrato firmado para essas escolas para que elas recebessem, mediante pagamento, colação de grau, viagem e baile de formatura. Dos três itens, somente o baile de formatura não foi cumprido. Precisamos saber porque isso não ocorreu”, afirma.
Procon
A Fundação Procon-SP informou que vai notificar a Lillity Eventos ainda nesta segunda-feira a prestar esclarecimento sobre a não realização dos bailes de formatura no final de semana. A empresa também deverá apresentar uma proposta de solução coletiva para os consumidores lesados.
Segundo o Procon, “no caso do consumidor ingressar judicialmente, terá direito a reparação dos danos materiais e morais sofridos”. A fundação ressaltou que, além da empresa, os sócios também podem responder pessoalmente pelos danos causados.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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