Estudantes lotam a Câmara de Petrolina para pedir mudança no processo seletivo da Univasf
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Não havia espaço nem na área externa da Câmara de Vereadores de Petrolina. Centenas de estudantes de escolas públicas e particulares lotaram o espaço da Casa Plínio Amorim para pedir, em audiência pública, que a Universidade Federal do Vale do São Francisco(Univasf) reveja o mecanismo utilizado como processo seletivo para acesso às vagas dos cursos de graduação.
Desde 2009, a Univasf aderiu ao Enem/Sisu como sistema único de acesso à universidade. Durante os três anos em que o Enem foi aplicado sob fraudes e erros que mexeram com a vida de mais de 4 milhões de estudantes, o Conselho da instituição, que estava sob a presidência do então reitor José weber, esboçou qualquer sinal de intenção de mudança.
Na noite dessa quinta-feira(19), o atual vice-reitor, professor doutor Télio Nobre, esteve presente na audiência e mostrou-se disposto a dar atenção às reivindicações dos estudantes.
No início da audiência, representantes da UEVASF- União do Estudantes do Vale do São Francisco- apresentaram números originados do site oficial da própria Univasf, os quais mostraram que os estudantes da Ride polo Petrolina/Juazeiro não são atendidos em suas necessidades sociais a que se propôs a criação da Univasf no Vale.
Só para se ter uma ideia, no processo seletivo de entrada em 2011 (VEJA TABELA ABAIXO), quase nenhum estudante de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, orocó, Curaçá, Casa Nova e outros municípios da região teve acesso aos cursos da Univasf.
Outra questão importante, diz respeito a cursos de Engenharia e Medicina.
Em Engenharia Mecânica, por exemplo, somente nove estudantes de Petrolina e oito de Juazeiro foram aprovados em 2011. Das outras cidades da região, “zero” aprovação.
Em Medicina, o resultado é ainda pior: oito alunos que tiveram acesso ao curso são de Petrolina; de Juazeiro, somente 3.
“Se o argumento é que o Enem inclui os estudantes de escolas públicas e, por isso, a Univasf o adotou integralmente, onde estão os estudantes das cidades vizinhas a Juazeiro e Petrolina, quase todos vindo do setor público da educação. Não está sendo excludente o Enem na Univasf?”, questionou Rigel Tacio, representante da UEVASF.
Na apresentação feita pelo vice-reitor, Télio Nobre, para mostrar que a Univasf não tem excluído, com o uso do Enem, os estudantes da região, apresentou dados em que 96,58% dos candidatos aprovados na instituição são oriundos do Nordeste.
Mostrou, ainda, que a maior parte dos inscritos nos vestibulares são oriundos de Juazeiro e Petrolina.
Reinterpretando os números apresentados pelo vice-reitor, as professoras Mary Ann e Vera Medeiros, apresentaram dados da disparidade entre as escolas públicas e entre as instituições particulares das capitais e do sertão nordestino.
Enquanto o índice, segundo o MEC, das escolas públicas de Recife(PE) são 681,18, os de Petrolina(PE) são 580,64.
A diferença entre os índices de escolas públicas de Juazeiro(BA) e a capital baiana e região, Salvador, é ainda maior. Juazeiro apresenta 537,69 , e Salvador 669,01.
Não é diferente a realidade entre as escolas particulares. Petrolina apresentou o índice de qualidade 623,75; enquanto Recife é classificado com 688,07.
Juazeiro aparece, nesse item,589,82, e Salvador com 695,16.
Ante esses dados, procuraram provar que a concorrência exacerbada vinda não só de outras regiões do país cujos índices são ainda maiores, mas também das capitais nordestinas tiram a oportunidade de estudantes do sertão. Assim, a Univasf não estaria cumprindo seu papael social na região.
Essa concorrência seria, portanto, uma das razões pela qual os estudantes têm lutado para que a Univasf crie outro mecanismo de acesso. Em gráfico, foi exposto, durante a audiência dessa quinta-feira(19), a evolução da concorrência nos cursos da Univasf, depois da adesão ao Enem.
Ao final da audiência, iniciativa da Comissão de Negócios Municipais presidida pelo deputado estadual Odacy Amorim(PT) na Assembleia Legislativa de Pernambuco, ficou acertado que nova reunião acontecerá entre os representantes da UEVASF, dos professores da região e o Conselho da univasf deverá ocorrer em breve.
De acordo com o vice-reitor, Télio Nobre Leite, as propostas dos estudantes serão levadas ao Conselho, que, segundo Nobre, “tem se mostrado, nos últimos anos, muito propenso á adoção do Enem como sistema único, por serem os argumentos pró Sisu muito fortes”.
A proposta da UEVASF é que haja uma segunda fase no processo seletivo, a exemplo do que faz a UFBA, a UFPE e outras muitas universidades do nordeste e do país.
Há também a proposta de que a Univasf separe parte das vagas para o Enem e deixe outras para um processo seletivo presencial, de forma a proteger o alunado da região.
Ainda propuseram que, como fazem instituições do Sudeste, a Univasf atribua aos estudantes da região um percentual de 10% a 20% na nota final adquirida por estes no Enem.
Para embasar o pedido, os estudantes mostraram as universidades do país que adotam blindagem contra os candidatos de fora. As instituições, mesmo as que usam o Enem, o fazem com ressalvas para que os alunos da região não sejam prejudicados pela grande concorrência.
Mas a Univasf não tem tido esse cuidado (veja a tabela abaixo).
Fonte: Blog Folha
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)










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