Agricultura irrigada e apicultura são opções rentáveis durante a seca
No período de seca, moradores de Muquém de São Francisco e de Morpará, no Centro-Oeste da Bahia, usam a criatividade para conseguir cultivar melancias e produzir mel. As duas opções são rentáveis e consomem pouca água.
Reportagem do G1 mostra que três cidades da Bahia decretaram situação de emergência por motivos opostos em 2012: seca e enchentes. O G1 foi até essas cidades: Muquém do São Francisco, Morpará e Ibotirama, às margens do Rio São Francisco, e confirmou a situação.
Para a agricultora Marilene de Souza Lima, a produção de melancia melhorou as condições de vida da família no povoado de Lagoa do Morro, em Muquém de São Francisco. “É coisa de Deus, nem consigo explicar. A gente usa pouca água e ainda consegue produzir bastante”, diz ela.
A técnica adotada por ela e pelo marido é de gotejamento de água na terra plantada. O consumo médio durante o tempo de maturação da fruta é de aproximadamente 11 mil litros água, cerca de 30% a menos do que seria usada da maneira tradicional. “A gente nem aceita mais trocar a melancia por produtores de lavradores da região. Nesta época de seca, a melancia está em falta no mercado e por isso o valor está lá no alto”, diz ela.
Toda a produção de melancia produzida no quintal de sua casa é comercializada em feiras nas cidades vizinhas. O preço médio da fruta é de R$ 4 a unidade.
Apicultura
Mesmo com perda de aproximadamente 30% da produção de mel por causa da seca que atinge a cidade de Morpará (BA) neste ano, os apicultores do povoado de Bandarra conseguem viver praticamente ilesos aos efeitos da estiagem. “Cada colmeia precisa de apenas meio litro de água por dia. Uma cabeça de gado, por exemplo, precisa de aproximadamente 45 litros de água”, disse o apicultor Hélio Pereira de Queiroz, 29 anos.
Mesmo conseguindo produzir com pouca água, os apicultores da região já perderam cerca de 200 colmeias (cada uma tem entre 60 mil a 80 mil abelhas) durante a seca deste ano.
“A nossa produção em 2011 foi de 20 toneladas de mel. Até agora, só conseguimos produzir cerca de 9 toneladas e ainda perdemos abelhas”, afirma o apicultor Gilvan Barreto Queiroz, 50 anos.
Parte da produção feita pela Cooperativa Regional dos Apicultores do Médio São Francisco (Coopamesf) é comprada por prefeituras da região.O produto é vendido em sachês e oferecido na merenda escolar de Muquém de São Francisco, de Morpará e até de Salvador.
Segundo Barreto, cada tonela de mel pode render cerca de R$ 45 mil. “Depois de colhido, o mel é reservado para decantação e limpeza das impurezas. Após beneficiado, o mel é embalado, rotulado, inspecionado e comercializado. O nosso mel é ouro da seca”, disse o apicultor.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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