Quando Luiz Gonzaga compôs “Asa Branca”, por volta de 1947, em parceria com Humberto Teixeira, o Nordeste era atingido por uma forte estiagem. Após 65 anos do lançamento da música que se tornou o hino da região, as estrofes da canção voltam a fazer parte do cotidiano das famílias que vivem no Agreste e no Sertão de Pernambuco, que convivem com a falta de chuva há cerca de oito meses. A estiagem deste ano já se configura como a pior dos últimos 40 anos.

Quem convive com a situação sabe que a seca é algo que extrapola os “problemas” climáticos. “É preciso que esta luta seja de todos os brasileiros, e não apenas dos nordestinos. O  agricultor não tem direito a crescer? Tem que ser condenado a viver com isso pelo resto da vida? Como é possível sobreviver dessa forma? Para prosperar e até chegar à posição de presidente é preciso sair daqui como retirante?”, contesta, inconformado, o presidente da Federação de Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 1,8 milhão de pessoas vivem no meio rural. São famílias que dependem das atividades relacionadas ao agronegócio para se manter. Em Pernambuco, o agronegócio representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB). A situação, porém, é alarmante: os prejuízos já chegam a R$ 412 milhões, segundo estimativas da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado (SARA). No Estado, já são 90 municípios atingidos, sendo 56 no Sertão, 33 no Agreste e um na Zona da Mata.

De acordo com a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro), de janeiro ao último dia 10 de maio já foram abatidos mais de 80 mil bovinos e quase 54 mil caprinos e ovinos. Ainda de acordo com o órgão, foram emitidas para fora de Pernambuco 38.417 mil Guias de Trânsito Animal (GTA’s). Só o município de Itaíba, no Agreste pernambucano, que é um dos 14 municípios que agregam a bacia leiteira do Estado, já enviou 887 bovinos para outros estados. O motivo? “Para eles não morrerem de fome”, justifica a gerente geral da Adagro, Erivânia Camelo.

“Levamos vários anos para construir o crescimento do Estado, que hoje é maior do que o do País, para em menos de um ano a seca derrubar tudo isso. A desativação da cadeia produtiva gera caos para a economia dos municípios e, no final, para todo o Estado”, avalia Pio Guerra. Na visão do presidente da Faepe, entretanto, os efeitos econômicos não podem ser mensurados apenas pela redução do rebanho, das safras e da produção leiteira.

“Temos consciência de que o Poder Público está cooperando para aliviar a situação, mas todas estas medidas são as mesmas de sempre. Os pre­juízos da perda da safra são facilmente contabilizados, mas e os problemas de sobrevivência do agricultor? Não é justo ter a cada período de estiagem que começar do zero”, argumenta Pio Guerra, complementando que surpreende o tratamento de resignação sobre o assunto. “Os holofotes, em geral, vinham sendo direcionados  para outros assuntos, como, por exemplo, a posse do presidente francês (François Holland), mas a prioridade tem que ser a seca. São animais morrendo, negócios dessimados e pessoas tendo suas esperanças, mais uma vez destruídas”, critica.

Fonte: Folha.com

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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