Não houve obra do acaso. Muito menos um resultado surpresa. O que determinou a vitória do Corinthians por 2×1 sobre o Náutico foi única e exclusivamente a superioridade da equipe paulista. Com os titulares, que venceram a Libertadores, os donos da casa mostraram, apesar do placar magro, porque são os melhores da América do Sul.

Com o Náutico postado num 4-2-3-1, disfarçado de 4-3-3, o Timbu entrou em campo, mais uma vez, sem um meia. A ideia era segurar o Corinthians pelo centro e investir nos lados. Mas do outro lado não havia uma equipe qualquer. Muito pelo contrário. A tão elogiada organização tática do time paulista voltou a dar as caras.

Quando o Timbu atacava, as famigeradas ‘duas linhas de quatro’ estavam lá, bloqueando os espaços alvirrubros. Maior prova disso é que o gol do Timbu saiu numa falha da defesa, que não conseguiu rifar um passe errado de Elicarlos. O volante, que já estava no ataque, não perdeu a chance que teve para abrir o placar.

Mesmo sem jogar melhor, o Náutico ficava à frente. Era preciso mais atenção para segurar o disciplinado e inteligente time do Corinthians. Mas a alegria alvirrubra não durou dois minutos. Em belo lançamento de Paulinho, Danilo recebeu pela direita. Percebeu o ‘cochilo’ de Alessandro e igualou tudo. Foi o bastante para frear os visitantes.

Isolados por boa parte do jogo, o tridente ofensivo formado por Kim, Rhayner e Araújo foi quase nulo. Pouco pegou na bola. Praticamente, os três correram, em vão, pelo gramado do Pacaembu. Para piorar, Martinez e Souza não davam combate. Era tudo que o Corinthians precisava para pressionar. O que, naturalmente, aconteceu.

Ainda assim, o segundo gol do Corinthians surgiu em mais um descuido de Alessandro. O lateral-direito viu Emerson avançar pela direita. Demorou para dar o bote. Foi driblado. Quando se recuperou, era tarde demais. A bola estava em um bate-rabte no meio da área, que acabou se mostrando fatal. Para os alvirrubros.

No restante do duelo, a mesma inoperância do trio ofensivo alvirrubro. E nova pressão do Corinthians. Se um meia não fez tanta falta assim ao Náutico em outros jogos, hoje foi diferente. Que o digam os atacantes. A defesa não chegou a falhar. O problema foi que ficou muito exposta. Faltou um volante de maior fôlego na marcação. Como Derley. Ou Auremir. Duas peças que o elenco alvirrubro já não pode mais contar.

O sonho durou pouco. Mesmo tendo aberto o placar no Pacaembu, o Náutico não conseguiu segurar o Corinthians, nesta noite. O Timbu chegou a sair na frente, mas sucumbiu diante dos campeões da Libertadores e foi derrotado por 2×1. Elicarlos marcou o gol alvirrubro, enquanto Danilo anotou os dois tentos corintianos.

A primeira grande chance de gol foi dos donos da casa. Danilo recebeu cruzamento rasteiro, dentro da área e de costas para o gol. Com a categoria que lhe é peculiar o meia girou e bate forte. Felipe espalmou, praticando bela defesa.

Coube a Kim mandar a resposta pelo lado do Náutico. O atacante foi cortando para o meio, desviando dos adversários. Acabou errando o passe, mas a bola voltou em seus pés. O atacante ajeitou e soltou a bomba, de fora da área, que acabou saindo pela linha de fundo.

A partir dos 15 minutos de jogo, o Corinthians passou a ‘gostar’ da partida. Cresceu o volume de jogo e a posse de bola. Naturalmente, o time criou mais. E, em um chute de longe, Emerson assustou, mas a bola foi para fora.

Só que foi justamente quando os anfitriões começaram a crescer que o Náutico resolveu surpreender. Elicarlos foi ao ataque. Não conseguiu passar a bola, mas ficou com a sobra. No rebote, na meia-lua, bateu colocado, com categoria, no cantinho de Cássio, abrindo o placar, aos 20 minutos..

Mas nem deu tempo de os alvirrubros comemorarem. Dois minutos depois, Paulinho acertou belo lançamento para Danilo, na esquerda. Alessandro deu espaço. Aí não teve jeito. O meia dominou, esperou o quique da bola e arrematou bonito, com precisão: 1×1.

No restante da primeira etapa, nada de gols. Apenas arremates de longe. Emerson foi um dos que tentou. Elicarlos e Martinez rebateram na mesma moeda, mas tanto os corintianos quanto os alvirrubros não obtiveram sucesso.

Logo aos quatro minutos, Emerson avançou pela direita. Alessandro se atrapalhou diante da habilidade do corintiano, que cruzou rasteiro para o meio da área. Ronaldo Alves tentou cortar. A bola foi na trave. Paulinho ficou com o rebote e chutou no travessão. Na sobra, Fábio santos ajeitou de cabeça para Danilo, que mandou de primeira e virou o placar para 2×1.

Se o Náutico já tinha se abatido após o primeiro gol adversário, o segundo foi um verdadeiro balde de água fria nos planos alvirrubros. A equipe do técnico Gallo não se encontrou mais em campo. Contentou-se em não deixar o Corinthians jogar. Em um ótimo passe de Paulinho, Emerson perdeu grande chance de ampliar e decretar a vitória dos anfitriões.

Mas como a justiça do futebol chama-se bola na rede, por muito pouco o Náutico não conseguiu um empate. Em saída do goleiro Cássio, a bola sobrou para Romero, na quina esquerda da área corintiana, aos 45 minutos. O argentino mirou e bateu com categoria. Caprichosamente, a bola cobriu Cássio, mas pegou no travessão, encerrando o sonho do empate alvirrubro.

Local: Estádio do Pacaembu (São Paulo)
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago (FIFA/MG) e Paulo César Silva Faria (MT)
Cartões amarelos: Emerson (C), Martinez, Elicarlos, Lúcio (N)
Gols: Elicarlos, aos 20 do 1º T; Danilo, aos 22 do 2º T e aos 4 do 2ºT
Público: 25.656. Renda: R$ 735.000

Corinthians : Cássio, Welder, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex (Douglas) e Danilo; Romarinho (Edenílson) e Emerson. Técnico: Tite

Náutico : Felipe; Alessandro (Glaydson), Ronaldo Alves, Jean Rolt e Lúcio; Elicarlos, Martinez (Breitner) e Souza; Kim (Romero) Araújo e Rhayner. Técnico: Alexandre Gallo

Melhor do Náutico: Elicarlos – Ninguém do time fez uma partida exatamente notável. Mas o volante foi ao ataque e abriu o placar, o que poderia dar a vitória ou o empate ao Náutico.

Pior do Náutico: Alessandro – Não fez uma partida exatamente ruim. No entanto, acabou relaxando nas jogadas que acabaram nos gols corintianos e foi negativamente decisivo para o placar.

Corinthians: Por mais que o placar não tenha explicitado, há uma abissal diferença entre os times do Corinthians e do Náutico. Não bastasse ser excelente taticamente, ainda tem peças individuais de qualidade, como Paulinho, Emerson e Danilo, o grande nome do jogo.

Fonte: Blog de Primeira

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)